Bem vindo ao meu espaço

Uma página aberta para a reflexão e restauração da saúde do pastor e de sua familia.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

NÃO QUERO SER INDECISO

Sei que às vezes não estou suficientemente maduro para tomar uma decisão, pois não conheço bem os dois lados que chamam a minha atenção, que acenam para mim, que tentam me atrair. Porém, na maioria das vezes, a minha indecisão não é sinônimo de prudência. Ela existe por causa do medo, da tradição, do comodismo, da correnteza em sentido contrário, do engano, do acanhamento, da opinião pública, da preguiça.

A história do filho pródigo, na parábola de Jesus sempre me impressionou. O evangelho registra que, em uma terra distante, o rapaz reconheceu seu erro e tomou a decisão de voltar para casa. O verso seguinte mostra que a decisão era para valer, pois "levantando-se, foi para seu pai" (Lc.15.20).  Encanta-me a decisão tomada por Zaqueu logo após a conversa que Jesus teve com ele. Como o pródigo, o coletor de impostos se levantou e disse ao Senhor: "de agora em diante eu darei a metade da minha riqueza aos pobres" (Lc.19.8).

Confesso que tenho uma ponta de inveja quando leio o discurso de Josué perante o povo indeciso quanto à escolha do caminho a seguir: "Quanto a mim, ouçam bem, Eu e minha casa serviremos ao Senhor". (Js.24.15)

Para que haja alguma mudança, para iniciar qualquer empreendimento, não posso ser indeciso. Exemplos não me faltam. A Bíblia me encoraja quando diz que Salomão resolveu dificar a casa ao nome do Senhor (2 Cr.2.1) - Que Joás resolveu restaurar o mesmo templo (2 Cr.24.4), que Daniel resolveu não contaminar-se com as iguarias da mesa de Nabucodonozor (Dn.1.8), que Paulo resolveu ir a Jerusalém, onde o esperavam sofrimentos e prisões (At.19.21).

Os heróis da fé são pessoas que nao ficam paradas, deixando o tempo e as oportunidades passarem por conta de eterna indecisão. Por misericórdia, não quero mais atrasar o que é necessário, o que é certo, o que é bom para mim e para os outros, inclusive para minha família. Não quero ser culpado de alguma dor, infelicidade ou tragédia por falta de decisão da minha parte.

Abraão não ficou a vida inteira decidindo se sairia ou não de Ur dos caldeus e se ofereceria ou não seu único e amado filho em sacrifício ao Senhor. Pela fé, fez ambas as coisas sem perder tempo (Hb.11.8,17). Entre dois caminhos opostos a tomar, Moisés fez logo a sua escolha: Abandonar a casa de faraó, os prazeres transitórios do Egito, para ser maltratado junto com o povo de Deus (Hb.11.24-26).


Quero ter a firmeza de Paulo quando escreveu a Tito: "Resolvi passar o inverno lá [em Nicópolis] (Tt.3.12). De hoje em diante, com o auxílio de Deus, não quero ser mais indeciso.


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Artitgo da Ultimato - setembro/outubro - 2011.

TEUDAS

Em Atos 5, Gamaliel, fariseu e rabino, cita Teudas para dissuadir os judeus da intenção de torturar e exterminar os apóstolos de Cristo, temendo serem eles representantes autênticos da divindade. E para Gamaliel, com Deus não se brinca nem se luta contra, é burrice! Ele estava certo.

Mas, quem era Teudas? Teudas provavelmente atuou como um pregador messiânico (muito comum na Judéia do Século I), e, infelizmente também no século XXI. Ele se propunha a liderar massas judaicas, para fins de renovação religiosa e social. Proclamando-se um profeta mandado por Deus para socorrer o povo judeu, que sofria sob o "status quo" vigente (inclusive a dominação romana), ele recorreu à tradição do herói nacional, Moisés, assegurando ser capaz de "abrir as águas" do rio Jordão. O historiador judeu, Flávio Josefo se refere ao episódio:
"Quando Cuspius Fadus  era procurador da Judéia, um certo charlatão, cujo nome era Teudas, persuadiu muitas pessoas do povo simples a tomar seus haveres e acompanhá-lo até o rio Jordão. Dizia que era profeta, e que à sua ordem o rio se separaria abrindo fácil passagem para eles. Com essas palavras iludiu a muitos. Mas Fado não permitiu que eles consumassem essa loucura. Enviou uma unidade de cavalaria contra eles, que matou muitos num ataque de surpresa e também capturou muitos vivos. Tendo capturado Teudas, cortaram-lhe a cabeça e a levaram a Jerusalém". - (Antiguidades)

 Teudas, não podemos negar, era um líder. Afinal, atraia seguidores. Gamaliel comenta sobre uma característica dele, que acredito, ter sido a principal causa de seu fracasso. E não duvido muito que essa tendência ainda hoje acompanha muitos líderes e pastores ainda hoje. Sabe como Gamaliel o definiu? "Pretencioso em ser alguém importante". É o cara que quer chamar atenção para si - Busca pôr seu nome em lugar elevado, no patamar de um ídolo. É o líder que luta com todas as armas para sobressair sobre os demais; e não está nem aí para as pessoas que o seguem - elas são apenas números para dar expressão à sua presunção e egocentrismo. Teudas se colocou no lugar do messias, e aí gente, é demais não é? São considerados os mais importantes da comunidade, o clérigo, que não compartilha seu aprendizado nem as conquistas com ninguém, que não deixa substitutos, sua obra morre consigo. Teudas foi morto, e seu ideal absurdo e avesso à verdade, morreram juntos.

"Ele, porém, foi morto e os seus seguidores foram dispersos sem prejuízo para ninguém" , conclui o texto sagrado sobre Teudas. Ou seja, com ele morreu sua presunção. Ninguém sentiu sua falta e a vida voltou ao 'normal'. Já foi tarde!!

terça-feira, 27 de setembro de 2011

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

MORÁVIOS

Morávios

Iniciado em Hernhut, Alemanha no século 18, o movimento de oração continua (24 horas) chamado Moravianos durou por quase 100 anos, e eles não oravam por aquilo que não estavam dispostos a ser a resposta. Os moravianos eram muito dedicados ao Senhor, mais de 2150 membros de sua igreja foram enviados como missionários, a ação missionária utilizou pessoas simples e comuns de coveiro a lavrador, de sapateiro a oleiro e até como escravo vendido. Marcaram um recomeço de um mutirão missionário a todas as nações. Certa fez foi feita a seguinte pergunta a um moraviano: “O que significa ser um moraviano?”. Eele respondeu “Ser um moraviano e promover a causa global de Cristo são a mesma coisa”.

Dois jovens Moravianos, de 20 anos ouviram sobre uma ilha no Leste da India onde 3000 africanos trabalhavam como escravo e cujo dono era um Britânico agricultor e ateu. Esses joves fizeram contato com o dono da ilha e perguntaram se poderiam ir para lá como missionários, a resposta do dono foi imediata: ” Nenhum pregador e nenhum clérico chegaria a essa ilha para falar sobre essa coisa sem sentido”. Então eles voltaram a orar e fizeram uma nova proposta: “E se fossemos a sua ilha como seus escravos para sempre?”, o homem disse que aceitaria, mas não pagaria nem mesmo o tranposte deles. Então os jovens usaram o valor de sua propria venda para custiar sua viagem.

No dia da partida para ilha, as famílias estavam reunidas no porto para se despedirem dos jovens. Houve orações choros e abraços, amigos e familiares puderam dar o último adeus para seus irmãos. E algumas pessoas falaram: porque vocês estão fazendo isso? Vocês nunca mais irão ver seus familiares e amigos, e vão ser escravos para o resto de suas vidas! Mas quando o barco estava se afastando do porto os dois jovens levantaram suas mãos e declararam em voz alta: ‘para que o Cordeiro que foi imolado receba a recompensa por seu sacrifício através das nossas vidas.”.

A Igreja dos Irmãos Morávios continua ativa hoje, mas seu legado é visto também em outras denominações. John Weslev foi grandemente influenciado pelos morávios e incorporou algumas de suas preocupações ao movimento metodista. William Carey, muitas vezes considerado o pai das missões protestantes modernas, estava, na verdade, seguindo os passos dos missionários morávios. “Vejam o que os morávios fizeram”, comentou ele em determinada ocasião. “Será que não poderíamos seguir seu exemplo e, em obediência a nosso Mestre Celestial, ir ao mundo e pregar o evangelho aos incrédulos”?

Fonte: jocumdf.com

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

PEQUENAS IGREJAS DENTRO DA GRANDE

"Bem antes de Aldersgate, João Wesley havia descoberto a força de pequenos grupos. A leitura e vivência com os morávios, havia motivado a dinâmica da pequena igreja dentro da grande igreja, que constituia o coração do pietismo. Sua experiência no Metodismo de Oxford e na pequena sociedade dentro de sua paróquia em Savana serviu-lhe de confirmação experimental.

Em abril de 1739, acompanhou com relutância, Jorge Whiterfield em pregação ao ar livre; no mesmo mês, seu Diário registra pregação a multidões de até seis mil pessoas e conversões espetaculares. Deixaria os pequenos grupos em busca das multidões e das conversões dramáticas? Wesley, sem abandonar as massas, concentrou esforços na consolidação dos pequenos grupos. O próprio Whiterfield reconheceria a sabedoria dessa decisão.

João e Carlos Wesley e mais alguns companheiros fundaram em 1o.de maio de 1738 a Sociedade de Fetter Lane. Suas regras incluiam: -reuniões semanais para 'confessar as culpas uns aos outros e orar uns pelos outros para que sarassem' (Tg.5.16), - Iniciar e terminar as reuniões com cânticos e orações, - Subdivisão da sociedade em grupos menores e mais íntimos, - e uma festa de amor (agape) mensal.

Afinal, o que era uma 'sociedade metodista?' Não era uma igreja, e nem um conjunto das sociedades se constituía em uma nova denominação. Os metodistas, na verdade, eram membros da Igreja Anglicana, embora pouco praticantes. Muitos eram pessoas humildes, desempregados ou com emprego de baixa renda. Convenceram-se pela pregação de Wesley, Whitefield, e outros que careciam de uma autêntica fé e vivência cristã. Teologicamente falando, eram pessoas arrependidas. A função de uma socieade era a de proporcionar-lhes ambiente onde pudessem apropriar-se da dádiva da fé que Deus oferece a toda a pessoa arrependida e, com ela o perdão, a transformação da vida e a santificação progressiva. Tudo na sociedade visava a realização desses alvos.

O pequeno grupo, sociedade ou classe, como eram chamados, reunia-se semanalmente para oração, confissão, aconselhamento, apoio mútuo e, naturalmente para a coleta de contribuições dos membros.Reuniam-se em 10 a 12 pessoas visando proporcionar ambiente para a experiência pessoal da fé e a edificação daquele(a) que viesse a crer.

Deus confirmou a escolha de Wesley quanto à estrutura da sociedade como base para o movimento metodista primitivo. Em 1768, o metodismo possuía quarenta circuitos e 27.341 membros. Dez anos mais tarde, havia crescido para sessenta circuitos e 40.089 membros. Uma década depois possuia 99 circuitos e 66.375 membros. Em 1798, o Metodismo tinha 149 circuitos com 101.712 membros".

O que matou ou parou esse movimento? Visto que suas raizes seriam a própria escritura e os ensinos de Jesus, copiado ,primeiramente pela Igreja de Jerusalém, e visto no avanço do evangelho pelo mundo através das cartas de Paulo? Creio com toda força do meu coração que cada casa deve ser uma igreja e cada crente um ministro.

Sonho ainda viver pequenas igrejas dentro da igreja grande.

Fontes:
A vida devocional na tradição wesleyana,Imprensa metodista,Steve Harper,1992.
Momentos decisivos do metodismo, imprensa metodista, Duncan Reily, 1991.

Silvio Duque

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

ANTES DE ENTRAR NO TEMPLO

Atos 3.1-8

Esse é um daqueles textos do Novo Testamento que contraria a postura da maioria dos crentes e Igrejas de hoje. Ou seja, confronta àquela prática de, primeiro, convidar os não cristãos à irem no templo (o que chamam de Igreja), crendo que lá (no templo) será o local ideal para Deus agir em suas vidas. Ouvirão um pregador profissional, clericalizado e, então se arrependerão e serão transformados por Jesus. Não é assim que a coisa tem funciondo?

Bem, essa é uma das passagens que me ensina diferente!O pobre aleijado queria ficar à porta do templo, não dentro dele, porque esperava uma atitude, um gesto de bondade de quem frequentava o templo, os crentes. E essa era uma rotina p'ro cara porque o versículo um afirma que 'diariamente' ele fazia isso. Todos os dias uma multidão necessitada, aflita e angustiada ronda àqueles que frequentam templos, esperando atenção, ajuda, apoio, compreensão. Mas por que essa gente não entra logo no templo? Tu pergunta! Creio sinceramente que elas não sabem que podem entrar. Certamente sentem-se muito sujas, impuras, pecadoras, complexadas no meio de gente tão boazinha, santa, perfeita, com aqueles olhares...

Uma hora o esmoleiro do texto entrou no templo. Glória a Deus! Aleluia!Só que, para que isso acontecesse, Pedro e João tiveram um posicionamento de crente, lógico! Postura de quem frequenta templo deve ter ainda hoje. Os dois apóstolos, à semelhança de Jesus, o mestre, entendiam que as pessoas não precisam de templos, catedrais, monumentos para serem amadas, acalentadas e restauradas por Deus. Presta atenção!! Não tô dizendo que não precisamos de templo, só que o vejo como complemento de pequenas comunidades ou grupos pequenos de crentes para exercitar a vida no corpo de Cristo. Jesus nunca esperou as pessoas em prédios e templos, Ele vivia e existia para as pessoas onde elas estavam. As visitava em suas casas, como no caso dos amigos de Betânia, as encontravam em poços, as curava em tanques públicos, as libertava em terras estrangeiras como Gadara.Essas pessoas após serem amadas e transformadas decidiam segui-lo. E quando estava ensinando no pátio do templo, lá estavam elas, já transformadas, aprendendo.

Pedro e João não esqueceram os métodos que Jesus usou, e antes que entrassem com o aleijado no templo:

Desenvolviam uma disciplinada vida de oração.As três da tarde se separavam para um necessário e proveitoso período de oração junto ao Pai. Esse período junto a Deus em oração é vital para entendermos o movimento que o Espírito está fazendo na conversão das pessoas.

Sabiam que os não cristãos não se impressionavam com a arquitetura e design do templo; mas com a vida dos cristãos que saiam em entravam ali. Diz o texto que o homem em questão 'olhou' para os discípulos (v.3).

Enxergavam as pessoas com os olhares da graça(v.4). Os dois também vêm o homem, não passa despercebido, é olhado com compaixão, como Jesus os ensinou a olhar.

Leram com discernimento espiritual as reais carências do indivíduo (v.6). Sabiam que pessoas têm necessidades físicas, emocionais e espirituais. Trataram de todas elas como você pode entender nesse texto. Não espiritualizavam tudo, só orando pelas pessoas achando que tudo se resolveria.Sabiam do que a pessoa mais precisava, e na maioria das vezes nesses casos, não é de igreja...

Estenderam as mãos para 'tocar', a fim de aquecer da frieza do mundo, toque de apoio e de ação motivadora, toque terapeutico,que consola e também cura.São pessoas em que nós precisamos crer por eles, pois estão, muitas vezes, adaptadss e condicionadas ao sofrimento.

Agiram para gerar radical transformação (v.8). O levaram a confiar no nome de JEsus (6)- O fizeram andar no poder de Deus e por si mesmo(7b) - produziram auto-estima saudável e o colocaram de pé (8).

Vimos agora um homem transformado. A aproximação e o relacionamento foram fundamentais para o poder de Deus agir. E olha! O cara ainda não tinha entrado no templo para tudo isso acontecer. O que fez a diferença foram:
Vida de oração
Evangelismo por amizade e relacionamento
Discipulado à base de exemplo de vida
Amor que ousa sair de si mesmo e tocar nos outros
Fé para crer que Deus pode transformar qualquer um.

Mas está registrado que o cara entrou no templo, não foi? Lemos: "e entrou com eles no templo..." (8).E entrou louco de alegria, pulando pra Deus de tanto prazer pela transformação experimentada. Sabe...Ouso ver Pedro e João pulando junto com o cara. Porque ser canal de transformação na vida de alguém é bom de mais. Dá vontade pular o dia todo, e rir como criança diante de um doce.

Pensa aí: Quando nós, cristãos, igreja, entendermos que precisamos deixar de ser egoístas e reservados demais, e que ao invés de levar os amigos não cristãos para o templo; os levarmos para nossas casas, gerar convivio, mostrar como um crente vive, então vão entender que tudo pode acontecer antes de entrar no templo.

Pr. Silvio Duque
Paz, amadooooos!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

QUEM SE IMPORTA?

Por Cleber Marins de Souza
Pastor de família da PIB Rocha-SG


Quando a vida cristã corre com muita “naturalidade”, ou seja, freqüenta-se as atividades da igreja e cumpre-se com as obrigações eclesiásticas, pode-se estar numa zona de conforto.
Servir a Deus nunca foi sinônimo de vida confortável. Pode significar sim, fazer o indesejado, dedicar tempo em atividades pouco atraentes, assumir responsabilidades que, talvez, sejam desprezadas pela maioria. Enfim, dedicar-se a algo que a maioria não gostaria de fazer, mas que para esse momento é o desejo de Deus.
Penso que para se importar é necessário abrir mão do ego, pensar em primeiro lugar na vontade de Deus em nossas vidas. Isso tem a ver em ocupar-se mais em dar do que receber, calar-se ao invés de brigar em determinadas circunstâncias; perdoar sempre. Enfim, fazer todo o possível para que os outros sejam abençoados, mesmo que isso signifique ficar no prejuízo em algo pessoal.
O primordial do coração de quem se importa com outros, é que essa pessoa tem identidade espiritual a tal ponto, que nada nem qualquer outra criatura a diminui. Esse coração se volta para tudo que faz dentro e fora da igreja, com a visão do Reino em busca do ser humano.
Contudo, a igreja de Cristo tem sido influenciada pelo pós-modernismo, que pouco tem a ver com a vida e os ensinos de Jesus. Há muita gente ensinando por aí sobre um Deus que ama os vitoriosos e despreza os fracassados, ou que os fracassados num abrir e piscar de olhos precisam possuir tudo, materialmente falando. No entanto, a Palavra de Deus nos mostra o contrário. O corpo de Cristo precisa estar atento aos excluídos, aos afastados e, foi esse tipo de gente que Jesus preferiu buscar, os marginalizados. Nenhuma programação, nenhum evento da igreja, pode tornar-se um fim em si mesmo. Ou seja, os projetos só adquirem sentido quando promovem a vida, ajudando homens e mulheres a conhecerem mais a Deus no crescimento espiritual e social.
Todos os ensinamentos e exemplos de Jesus apontaram nessa direção: buscar o cansado, o oprimido, o rejeitado, o pecador. “ os sãos não necessitam de médico, mas sim, os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas sim, os pecadores ao arrependimento” (Mc.2.17).
Por isso, é imprescindível entender o papel da igreja que se importa, porque ela existe não para ser apenas uma vitrine de prósperos, mas sim um CONVITE para gente necessitada, que reconhece a total impossibilidade de salvação a não ser através da graça de Jesus que nos ama.
O evangelho dos que se importam é muito mais que bens, é salvação! É muito mais que sorrisos, é alegria eterna! É muito mais que prosperidade, é plenitude de vida em Cristo Jesus. A partir desse tema, que Deus nos ajude a se importar com tudo o que o Espírito Santo nos falar no decorrer desse mês de Missões Nacionais.

PORQUE OS LÍDERES DESISTEM?

Questionados sobre as causas das desistências dos líderes para com seus ministérios, nos remetemos às mais diversas suposições. Indagamos sobre a convicção do chamado, sobre sua preparação para liderar, sobre o caráter e até mesmo sobre a luta espiritual travada entre o inimigo contra os crentes.

Para sairmos das especulações e conhecermos algumas das causas da desistência dos líderes é que entrevistamos um dos pastores de pastores mais conceituados e reconhecidos. Ele responde levando em conta sua vasta experiência no treinamento de liderança e seus contatos com pastores do mundo todo.

Dr. Raph Neighbour Jr. é graduado em Artes, pelo Northwestern College, com mestrado em Teologia, pelo New Orleans Baptist Theological Seminary, doutorado em Ministério, pelo Luther Rice Theological Seminary e doutorado em Teologia Sagrada, pela Southwestern Baptist University. É autor de muitos livros e manuais de capacitação associados ao movimento Igreja em Células. Há 43 anos tem se envolvido com pastores ao redor do mundo como consultor. Atualmente é professor adjunto no Seminário Teológico Batista de Golden Gate e dirige o programa de Doutorado em Ministério desta instituição.

O senhor tem viajado para muitos países diferentes por um longo tempo.
Que tipo de características ou quais fatores o irmão achou comum nos pastores que desejam desistir do ministério nesses países?


Ralph - A desistência do ministério tem origem nas mais diversas causas. Uma das mais comuns é o desânimo dos pastores frente às congregações que têm uma mentalidade consumista e que esperam do pastor o suprimento de todas as suas demandas egoístas enquanto se negam a participar ativamente do ministério. Esta também é a razão pela qual os pastores migram de igreja para igreja em algumas denominações, permanecendo numa média de 2 a 3 anos antes de partirem de novo.
As demandas sobre um pastor de uma pequena congregação são imensas. Eles precisam desempenhar vários papéis: professor, orador, organizador, captador de recursos, conselheiro, e acima de tudo ser um bom político, para que agrade àqueles membros da igreja que são formadores de opinião. Um psiquiatra que trata de pastores com esgotamento disse que em uma semana típica de trabalho a carga horária é de 70 horas. Geralmente, os salários são tão pequenos que as férias anuais não são possíveis e por isso também os filhos são privados de coisas que outros da mesma idade podem usufruir. As esposas também acabam ficando estressadas por terem que adicionar na sua rotina de mãe e dona de casa, outras atividades da igreja.

O senhor teria alguma estatística, tanto sobre os que desistem quanto os que retornam ao ministério?

Ralph - Sunscape Ministries, localizado no Colorado, é uma organização que tem servido aos pastores americanos em crise e tem informações de que 1.600 pastores desistem ou são forçados a abdicar do púlpito por mês, isto considerando todas as denominações ao redor do mudo. Destes, poucos retornam ao ministério.

Observamos uma tendência em muitas igrejas de "espiritualizar" todos os problemas. O senhor diria que isto também acontece quando falamos de desistência de ministério? Ou seria o inimigo o maior responsável por isso?

Ralph - Creio que é óbvio que os pastores estão envolvidos em uma guerra espiritual, não é? Apesar disto, muitos estão servindo de forma que aparenta não dar conta das artimanhas do inimigo. Muitos seminários teológicos chegam a boicotar a crença individual na pessoa do inimigo (isto aconteceu comigo!) e o fato de tratar do demoníaco é tido como radical. Mas, sim, Satanás fará todo mal possível para destruir um pastor. Pode ser através de um apelo à luxúria. O desejo do pastor de ser importante, a ganância por riquezas, e acima disto tudo, a sede de poder e de controle. Muitos ministros estão espiritualmente falidos. Recentemente, fizemos uma pesquisa com 500 pastores evangélicos nos Estados Unidos e levantamos que eles gastam, em média, somente 7 minutos por dia em oração. Trabalhar para o Senhor na força do braço é certeza de esgotamento! Muitos pastores não experimentam estilos de vida santificados e nem tem uma paixão interna por ver vidas optando por seguir a Cristo.

Haveria uma maneira pessoal através da qual os próprios pastores podem se prevenir de desistir?

Ralph - Com certeza! Em primeiríssimo lugar, eles devem ter uma poderosa vida de oração. Um mínimo de 1 hora por dia. Em segundo lugar, eles devem procurar viver em uma comunidade verdadeira e não se comportarem como ermitões. Tanto nos Estados Unidos quando na Austrália, vi os números de desistência pastoral caírem somente pelo fato de pastores se reunirem semanalmente por 1 ou 2 horas ao invés de terem encontros mais longos a cada 4 meses. No Estado de Illinois, a formação de células para pastores teve um impacto na taxa de desistência dos pastores batistas.

O senhor está casado há quase 6 décadas. O que poderia dizer sobre a importância da sua esposa e o papel que ela tem desempenhado em não deixar que o senhor desista do ministério?


Ralph - Do alto dos meus 57 anos de casamento posso testificar que dividir minha vida com a Ruth foi um dos maiores presentes que Deus me deu para que eu não desistisse. Tenho enfrentado muita rejeição ao longo dos anos, já que Deus me deu direção ministerial para atuar no sentido de ser agente de mudança dentro das denominações tradicionais. Seu compromisso constante com nosso chamado mútuo tem me mantido nos trilhos. Ao mesmo tempo, tenho conversado com muitos pastores que tem que, literalmente, carregar suas esposas nas costas como um fardo, já que se recusam a compartilhar seu chamado e visão. Sofro por eles!

Já pensou em desistir em algum momento? Por que? Poderia nos dar detalhes sobre como superou esta fase?

Ralph - Sim. Houve um momento quando eu deixei minha denominação, aos 36 anos, para procurar um modelo do novo testamento para a igreja. Fui rejeitado e considerado por praticamente todas as pessoas acima de mim como um radical. Uma vez escrevi que se tivesse morrido naquele momento, não haveria sequer um colega pastor disposto a falar no meu funeral! Ser um agente de mudança foi muito dolorido! Lembro-me das palavras de Paulo em At 20.24 "Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus". Quando um homem tem uma visão, ele corre o risco de desistir. Mas quando a visão tem o homem, não há retorno, não importam as circunstâncias. Desde quando tinha 34 anos e até agora aos 80, tenho me alegrado no chamado do Mestre, e as circunstâncias nunca ofuscaram este chamado.

O que as igrejas podem fazer para ajudar os pastores e minimizar os fatores que provocam desistências?

Ralph - Estou convencido de que a desistência do atual modelo tradicional de ser igreja e a transição para Comunidades Cristãs de Base (ou grupos de células) proporciona uma mudança radical no estilo de vida do pastor. Ele não tem mais que ser tudo para todos os membros. Ele consegue reorganizar sua vida de forma significativa uma vez que aprende a servir como um treinador de outros que farão o verdadeiro trabalho ministerial.

Que conselho pessoal o senhor daria para os pastores que estão se sentindo cansados e esgotados?

Ralph - Antes de desistir, considere o fato de que você ainda não chegou ao estágio final do seu ministério. Ser o dono de uma visão vai "acabar" com você. Ser possuído por uma visão lhe dará uma alegria contagiante uma vez que você será carregado pelo Cristo que vive dentro de você, dando-lhe poder e fluindo por seu intermédio! Leia sobre as vidas daqueles homens que chegaram ao estágio de serem possuídos por uma visão, começando com Paulo. O Cristo que habita em você é o grande segredo. O pastor que vive nEle nunca fica esgotado, muito pelo contrário, ele se torna uma fonte que está sempre fluindo a partir de águas profundas. Não há esgotamento quando o fogo dentro de nós é puro Shekinah!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

A MORTE DE AMY WINEHOUSE E JOHN STOTT

Recentemente morreram John Stott e Amy Winehouse. Stott morreu aos 90 anos. Amy morreu aos 27. Stott morreu de complicações decorrentes da idade. Amy morreu de “causas desconhecidas”, mas, ao que tudo indica ocasionada por uma overdose.

Stott morreu em casa ouvindo “O Messias” de Handel e cercado por amigos que se revezavam na leitura de textos bíblicos. Amy morreu em casa. Sozinha.

Stott escreveu dezenas de livros de conteúdo cristão que se tornaram luzeiros para a fé de milhões de cristãos em todo o mundo. Obras como “Crêr é também pensar”, “A cruz de Cristo”, "Ouça o Espírito, ouça o Mundo" e diversas outras obras. Ao lado de Billy Graham fundou o Movimento Internacional de Evangelização Mundial Lausanne. Dedicou sua vida ao treinamento e ao ensino de milhões de líderes nas regiões mais carentes de treinamento teológico do mundo, dentre elas, a América-Latina. Amy se tornou conhecida por sua melodiosa voz que cantava letras que evocavam tristeza, desespero e solidão. Ela enterrou o seu próprio coração em uma das suas canções.

Stott sempre será lembrado por sua simplicidade, humildade e dedicação em defesa da causa do Evangelho. Amy sempre será lembrada por suas performances de embriaguez e uso de drogas. Por sua aparência cada vez mais frágil diante da luta perdida contra o vício.

Em todo o mundo, apenas os cristãos protestantes lembraram a morte de Stott. Não foi noticiado por nenhuma grande rede de TV. Nenhum jornal ou revista da chamada “mídia secular” escreveu nem mesmo uma nota sobre a sua morte. Mas, sua vida está escrita na memória e no coração de milhões.

Em todo o mundo, a morte de Amy foi noticiada exaustivamente. TV, rádio, jornais e revistas dedicaram páginas e páginas, horas e horas de cobertura a morte “prematura” daquela jovem "tão promissora" que seguia o exemplo de tantos outros antes dela.

John Stott foi pranteado com esperança por aqueles que eram seus amigos e compartilhavam sua fé em que a morte é apenas o início de uma abundante e plena vida ao lado de Cristo na eternidade. Amy foi pranteada por milhões de fãs e amigos, conhecidos e desconhecidos, e principalmente, por seu pai e sua mãe, que não cansavam de repetir: “Nos últimos dias, ela estava bem”. Seu pranto era pela perda. E apenas isso. Talvez muitos deles pensem que a morte “é o fim”. Amy agora sabe que não é.

Stott morreu numa casa simples, num acampamento pra idosos, propriedade da Igreja Anglicana. Amy morreu numa bela mansão em um bairro nobre de Londres.

Stott não deve ter deixado muito de herança material. Mas, sua herança espiritual é inestimável. Amy deixou milhões de dólares, cuja parte o pai reverterá para ajudar no tratamento de pessoas vítimas do álcool e das drogas. Talvez seja uma forma “de dar sentido a tudo isso”.

Stott sempre estava sorrindo. Amy parecia não ter motivos para ser feliz.

Parece que para o mundo, a morte de Stott não fez nenhuma diferença. Mas, é notório que para o mundo, a morte de Amy foi uma perda inestimável.

Stott morreu crendo na suficiência única e exclusiva do sacrifício de Cristo para ofertar graciosamente ao homem a salvação. Amy...não sei no que ela cria. Mas, por sua vida, pode-se afirmar que não havia experimentado uma nova vida em Cristo. Nele há esperança. Nele há alegria. Nele há sentido para quem somos e o que fazemos com nossa existência. Stott morreu e descansda em Cristo.

Autor desconhecido

CONSULTA NACIONAL DE PASTOREIO DE PASTORES

Aliança Brasileira de Pastoreio de Pastores (ABPP) vai promover a V Consulta Nacional de Pastoreio de Pastores, que será realizada de 13 a 16 de setembro.

Está chegando a V Consulta Nacional de Pastoreio de Pastores, que será realizada de 13 a 16 de setembro. No dia que antecede o evento (12/9) acontecerá uma consulta de um dia para presidentes e secretários executivos denominacionais.

O evento acontecerá no Hotel Fonte Santa Teresa, Valinhos, SP, tendo como preletores: Carlos Alberto Bezerra, David Kornfield, Josadak Lima e Uziel Bezerra.

Em 2007 o MAPI realizou a 1ª Consulta Nacional de Líderes Denominacionais sobre o Pastoreio de Pastores. Desde 1992, MAPI trabalha com redes de pastoreio de pastores e especialistas em capacitar pastores, hoje contando com 1.200 pastores em mais de 40 denominações em sua rede e mais de 30.000 pastores servidos através dos anos.

O sonho avancou e hoje não pertence ao MAPI. Lideranca surgiu entre as denominações para criar a ABPP. A Aliança quer catalisar um movimento em todas as denominações e conselhos de pastores no Brasil. Até aqui umas 35 denominações ou conselhos de pastores desenvolveram projetos de pastoreio de pastores para seu contexto.

A V Consulta Nacional, oferece duas trilhas, a de planejamento e a de aprofundamento. Aqueles que já fizeram a trilha de planejamento e tem um projeto de pastoreio de pastores em andamento deverão fazer a trilha de aprofundamento. Em caso de não ter o projeto ou ser a primeira vez que participa da Consulta deverá fazer parte da trilha de planejamento.

Maiores informação podem ser obtidas através do e-mail: pastoreandopastores@gmail.com ou pelos telefones: (27) 3322-2709 ou (27) 3082-0378.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O PASTOR E SEUS RELACIONAMENTOS COM NÃO CRISTÃOS

Não é muito comum hoje em dia o crente nutrir convivência com pessoas não crentes. Um percentual enorme de evangélicos só se relaciona com pessoas da igreja.Infelizmente! E perdem assim a oportunidade de desenvolver evangelismo por amizade. Inclusive, pastores!

Gostaria de compartilhar que, como pastor, estou atualmente desenvolvendo relacionamentos com pessoas que ainda não seguem a Cristo. Primeiro, por mais "nerdy" que isso possa parecer, eu costumava jogar xadrez durante o ensino médio. Procurei por um clube de xadrez aqui na minha região e encontrei um. É um clube pequeno, mas não existe um único cristão no grupo. Ganhei a confiança deles, e um dos rapazes começou a conversar comigo a respeito de visões de mundo e religiões. Creio que está aberto.

A segunda coisa que venho fazendo é prestar mais atenção aos meus vizinhos, embora já tivesse fazendo isso nos últimos dois anos e meio em que moro nessa redondeza.

Nos últimos meses iniciei um relacionamento com um deles que mora na mesma rua. Recentemente, por meio de uma crise na sua vida, Deus se revelou a ele de uma maneira poderosa e ele sabe disso! Hoje ele e eu estamos passando algumas horas juntos nos ajudando mutuamente em algumas coisas e visitando sua esposa no hospital. Estarei atento a uma oportunidade hoje para ajudá-los a dar o próximo passo.

Por que estou dizendo isso? Como pastor que, durante anos permitiu a si mesmo permanecer segregado de relacionamentos com não crentes de uma maneira significativa, estou vibrando por ver isso começando a funcionar na minha vida.

Quero compartilhar meu entusiasmo com pessoas que eu sei que compreenderão isso e ao mesmo tempo encorajar aquelas que leem isso e que estão pensando em dar o próximo passo nessa direção, mas que ainda não o fizeram. Arrisque-se.

Além de ser uma parte essencial da ordem de fazer discípulos, você também encontrará força e confiança em cada aspecto de seu ministério. Eu sei, embora ainda não tenha visto uma conversão resultante de meus próprios esforços, que isso tem sido verdade na minha vida.

Mais uma coisa, minha célula está envolvida em orar por aquele homem e sua família. Temos planos para um evento social para alcançar aqueles pelos quais estamos orando como grupo, porém Deus está trazendo esse rapaz tão depressa, que nós quase não conseguimos acompanhá-lo.

Entretanto, não estou apenas vibrando por causa deste homem, mas estou aguardando ansiosamente o impacto que causará em nossa célula quando ele e sua esposa se tornarem parte de nosso grupo!

Ed Wandling