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Uma página aberta para a reflexão e restauração da saúde do pastor e de sua familia.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

REFLEXÕES EM ITAIPUAÇU - Parte 3

Com que asas você voa?

Evidentemente trata-se de uma metáfora para nos ajudar a entender o que e como nos movemos em nossa caminhada de vida. Usaremos o texto de  Salmo 55 para falar das dificuldades e das profundas tristezas vivenciadas por todos nós. E como reagimos ante as adversidades da vida.

Davi compõe este cântico didático e realista quanto ao desgaste na jornada, principalmente em meio a conflitos pessoais e relacionamentos conturbados. Concordamos que quase 80% dos nossos problemas são creditados a relacionamentos feridos e mágos com outras pessoas. Era o caso de Davi aqui.

Nesse desgaste, fica evidente os sinais de ansiedade apresentados por Davi, e que muito é diagnosticado em consultórios de psicologia e psiquiatria,e até mesmo em salas de aconselhamento pastoral. A ansiedade gerada pelo desgaste num relacionamento ferido são:

a. A sensação da ausência de Deus (v.1).
b. Perturbação no dia a dia (v.2b).
c. Tendêndia de encontrar um culpado por sua dor (v.3)
d. Aceleraçao cardíaca (v.4).
e. Medo (v.5).
f.  Sensação de morte (v.4)

Chega uma hora que a nossa vontade é dar um basta e fugir para bem longe de tudo e de todos que esboçem qualquer vínculo com esses sintomas e problemas em que vivemos. Tendemos a desejar 'sumir' e refugiar-se bem distante, onde ninguém nos conheça e vivermos uma outra vida, crendo (erroneamente) que os problemas vão desaparecer. Em sua humanidade, o rei desejou isso (v.6,7)

"Então, eu disse: Quem dera eu ter asas como de pomba! Voaria e acharia pouso. Fugiria para longe e ficaria no deserto". 

Davi e nós nos comparamos a pombas, ou seja, ariscas a qualquer reflexo ou gesto brusco. Voam ou fogem ao primeiro sinal de ameça. É assim que nos portamos em muitas situações de afronta e medo. Fugir, escapar, encontrar alívio, refúgio, sozinho, isolado...no deserto.

Mas Deus não nos deu asas de pomba, essa ave serve de exemplo em outras circunstâncias, não em relação ao seu vôo. Deus nos deu asas de ÁGUIA. Isaías 40.  Nos ajuda com estrutura óssea bem resistente para voar em direção à tempestade; não fugindo dela. Nos dando visão privilegiada para resolver os confligos e não recuar diante deles.

Com que asas você voa? A sensação de ausência de Deus não prova que você esteja sozinho, nem a perturbação, nem o medo ou sensação de morte. O Senhor não te deixa só, e quer trabalhar suas resistências espirituais e emocionais, a fim de confrontar com sabedoria as adversidades, superando os confligos em seus relacionamentos, sem covardia, encarando como água.

Paz.
Silvio Duque

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

REFLEXÕES EM ITAIPUAÇU - Parte 2

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Tempo de Cura

Na manhã do dia 19 sentamos novamente diante do Senhor e tratamos de cura. Adoramos com cânticos, oramos e meditamos nesse rico texto que aborda a vida de Naamã. Nos abençoou e tocou profundamente, e espero que te ajude também.

2 Reis 5.1-19


Naamã era um homem vitorioso, conceituado como general sírio, com fortes vínculos com o rei de Damasco, contava tambem com admiração de sua tropa e de sua casa. Foi chamado de herói de guerra (v.1). Porém, debaixo de sua farda, repleta de medalhas e condecorações, escondia uma ‘lepra’. Possivelmente, camuflava o máximo que podia. Mas convivia com esse incômodo, 'A lepra'.Isso nos dá base para pensar que, nós também podemos ter algo que procuramos esconder das pessoas, sempre deixando à mostra o nosso 'lado bom'. No fundo da alma sabemos, que temos algo a curar em nós, que até passou do tempo de tratarmos dessa situação íntima que nos inquieta e perturba.
Como Naamã, temos questões a tratar, defeitos a esconder e precisamos urgente de transformação.
Naamã sai de sua terra (Assíria), vai as terras de Israel, passa por um processo ‘doloroso’ de cura , de libertação; é transformado por um Deus amoroso, e retorna para seu país curado.

O que aprendemos ? Quais lições importantes tiramos para nós?

1 -  Reconhecer nosso estado

Por mais que não gostasse de seu estado, Naamã tinha de reconhecer que era leproso. Precisava assumir para si mesmo que tinha que buscar mudança , cura! Dificilmente uma pessoa que não reconheça suas fraquezas e falhas, conseguirá vencê-las e libertar-se delas. Não só ver-se como pecadora, mas ter noção de quais pecados costuma cometer. Tratando-se de erros,  não podemos confessá-los no atacado, mas no varejo.  Uma pessoa para entrar no AA precisa assumir ser alcoólatra, um dependente de drogas para ser internado precisa aceitar que é viciado, e decidir internar-se.Naamã só foi para as terras de Israel buscar sua mudança, porque primeiro assumiu que era leproso e queria mudar. Querer mudar e ter atitudes para mudança é outra grande necessidade.

2 – Reconhecer que precisamos das Pessoas

Infelizmente, o diabo, usa pessoas para nos ferir, adoecer (então passamos a desconfiar de todos) -  mas Deus também usa pessoas para nos curar! Naamã contou com um grupo de pessoas que estavam ao seu redor. Todas fizeram parte de seu processo de restauração.  Uma menina escrava que ajudava sua esposa (v.2) -  A esposa que contou sobre o que a menina dissera -  O rei da Síria (o ajudou com a diplomacia etc. -  O profeta Eliseu (v.10) - Os oficiais de Naamã com sábios conselhos (v.13)

Pessoas são ferramentas para nossa transformação. São ‘chaves’ que Deus usa para nos abrir portas. As pessoas ‘aparentemente mais humildes ou simples (escrava, criança) podem ser canais de um grande agir de Deus em nossa vida.


3 - Submeter-se a Deus (v.10)

Naamã mostra uma ponta de orgulho e falta de humildade ao chegar em Israel e se encontrar com o profeta. Pensou que seria recebido com festa, que todos se inclinariam diante dele etc. Eliseu sequer o recebeu, e mandou que mergulhasse sete vezes no rio Jordão. Ele começa a ficar indignado (11) porque as coisas não aconteciam do jeito dele. Indignado começou a esbravejar e a murmurar, reclamando de tudo. Queria tanto as coisas do jeito dele que não reconhecia o jeito de Deus agir. Imagine curar um homem daquele sem antes tratar o seu ego, sua falta de humildade? Por mais acostumado a ‘dar ordens’ aos outros, agora precisava receber ordens de alguém. O processo de humilhação e quebrantamento acontece antes da cura; ou talvez ele mesmo seja a cura. Não acontece como você quer, mas como Deus determina.Nos enganamos quando confiamos em nossos métodos . Somos previsíveis e achamos que Deus também o é. Naamã conjecturou sua recuperação de uma forma, mas Deus tinha um jeito diferente de agir, totalmente novo e exclusivo para ele.


4 - Aprender a ouvir conselhos (v.13)

Deus nos deu uma boca e dois ouvidos por uma razão muito lógica, você não acha? Quem fala demais corre um grande risco: deslizar nas próprias palavras. Pensar antes de falar deve ser visto por nós como sinal de sabedoria. Naamã resmungava sem parar, reclamando da atitude do profeta e quase volta para sua terra ainda doente. Se não tivesse parado para ouvir os conselhos de seus subordinados (oficiais). Se conselhos fossem bons, não se davam, vendiam. Este é o lema do mundo. Mas para nós, não! A Bíblia ensina em Prov. 15.22: “Onde não há conselhos fracassam os projetos, mas com os muitos conselheiros há bom êxito”. Os conselhos dos oficiais de Naamã mudaram o rumo de sua vida. Os conselhos podem nos abençoar. Buscar conselhos dos sábios é sinal de aprendizado, humildade e sabedoria. As pessoas estão de fora podem ver melhor a situação em que nos encontramos. (Conselhos de Jetro).


5 - Ter experiência com o Deus que nos transforma (Deus quer mais se revelar do que nos curar) (v.17-19)

A nossa transformação é importante, mas não é tudo. Restaurar-se sem conhecer um pouco mais o Senhor é inútil. Naamã seria curado, restaurado e retornaria para a Assíria sem uma experiência com Deus. Seria curado pelo profeta e tudo seria muito cômodo, mas Deus usou todo aquele processo para se revelar a Naamã. Os versos finais do texto mostram que ele saiu de Israel totalmente convertido ao Senhor.  Os propósitos de Deus para Naamã eram maiores do que ele mesmo pensava. Naamã agora voltava para o seu povo, crendo no Deus verdadeiro e único. E semearia lá a experiência que teve com o Senhor.

Naamã cresceu no relacionamento e experiência com Deus assim como Jó.

Concluindo:

Ø  Reconheça seu estado
Ø  Busque ajuda das pessoas, sozinho você não consegue
Ø  Submeta-se a Deus, pare de querer fazer sempre do seu jeito
Ø  Submeta-se aos conselhos dos mais sábios
Ø  Mergulhe numa profunda experiência com o Senhor

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

REFLEXÕES EM ITAIPUAÇU - PARTE 1


Contando com a generosidade de meu amigo e pastor Everaldo Júnior, que nos emprestou sua casa em Itaipuaçu nesse período de carnaval, formamos um grupo especial de onze pessoas e, todas as manhãs nos colocávamos em adoração diante do Senhor, com orações, cânticos e reflexões bíblicas. Evidentemente o Senhor também nos falava enquanto brincávamos, tomávamos banho de mar, batiamos papo na areia, deitávamos nas redes para sorrir, soltávamos pipa, catávamos tatuí e trocar experiências.

Na manhã do dia dezoito, foi trabalhado o texto de Efésios 4.22-24.
Perceberam as três ênfases desses versículos? Vos despojeis do velho homem, Vos renoveis no espírito e Vos revistais do novo homem
Todos nós nascemos com uma natureza pecaminosa (pecadores). A Bíblia afirma isso em Salmo 51.5 :”Eu nasci na iniqüidade e em pecado minha mãe me gerou”.A ênfase do chamado Velho  Homem é a vida carnal e os desejos pecaminosos.
Ao nascer de novo (no arrependimento) em Cristo; (João 3) passamos por uma transformação na mente, e recebemos uma nova natureza, a espiritual. As duas naturezas agora, convivem conosco. Não acontece num toque de mágica, de um dia para o outro, passarmos a viver certinhos. Ainda mais depois de uma vida inteira adaptada ao pecado.
O próprio apóstolo Paulo conviveu com o conflito das duas naturezas trabalhando em sua vida (Romanos 7.15-25). Paulo então vai falar sobre essa ‘Guerra interior’ que se trava em nós.
Recapitulando:

ü Velho homem em mim (v.22)

ü Eu me renovando espiritualmente (v.23)

ü O Novo homem em mim (v.24)

1 – O Velho homem querendo agir em minha vida (v.22).

Levanta a questão da tendência pecaminosa continuar atuando em nós. Se essa  natureza prevalecer o que produzirá em nossas vidas?
v Mentira (25) - Ira (26) - Furto (28) – Furtar é ação egoísta, leva a pessoa a pensar só nela mesma.

v Palavras que machucam (29) “palavrão”. - Amargura (31) – Ressentimento , Falta de perdão.

v Cólera (31) - Gritaria (31) - Malícia (31) - maldade. 
v Por que tudo isso acontece? Porque a natureza carnal e pecaminosa assume o controle de nossa vida. Infelizmente o diabo ganha espaço (v.27), nos engana (22) e nos jogando contra as pessoas (geralmente aquelas que mais amamos).
Em contrapartida, o Espírito Santo (Deus) é entristecido. (30). E nós também perdemos parte da alegria quando essas coisas acontecem. O que fazer dessas coisas em nossas vidas? (22) despojar (arrancar, extrair).

Só lidando abertamente com essas questões é que podemos ir para a segunda etapa, Não há meio de renovar-se espiritualmente ou querer ser espiritual, mantendo a natureza pecaminosa ativa e desenfreada em nosso viver. É necessário confrontá-la e subjugá-la em Cristo.

2 – Nos renovando espiritualmente (23)

Dar ênfase a vida espiritual, ao relacionamento com Deus. Desprender-se de coisas, materiais.Orienta-nos a dedicar devida atenção à vida interior. Porém: Será inútil dedicar-se à oração, freqüentar cultos, seguir regras religiosas, ler Bíblia etc.; se não levarmos a Deus as questões da velha natureza.

Gordon Mac Donald alerta:

“Aquele cuja vida interior se achar convulsionada por compulsões não resolvidas, não conseguirá escutar a voz do Senhor a chamá-lo”.

Geralmente ‘fugimos’ de falar e mexer em questões que levantem nossos próprios erros. Na maiora das vezes não gostamos de ser corrigidos, criticados. Nem mesmo buscarmos ajuda, compartilharmos pecados com alguém em quem confiamos. (Tg.5.16). “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados”
Interessante notar que, se queres perdão, confesse a Deus seus pecados (1 João 1.9); mas se queres também 'Cura', confesse-o a alguém (Tg. 5.16).

Para renovar-se espiritualmente é necessário encarar de frente a antiga natureza. E subjugá-la no poder de Deus.



3 – O Novo homem em mim

Agora eu posso vestir-me do novo, pois já me despojei do velho(22). Não posso usar duas peças de roupas ao mesmo tempo, uma por cima da outra. Quando estou em público, visto roupa nova; mas na privacidade continuo usando armas da antiga natureza, do homem velho.

Geralmente, tratamos mal as pessoas que mais amamos. Por que? O novo homem representa a natureza que Cristo trouxe a nós (Gal.2.20) “Já estou crucificado com Cristo, logo, na não sou em quem vive, mas Cristo vive em mim...”

Quando atentamos a vida espiritual, Cristo tem domínio sobre nós, porque nós mesmos já morremos... O próprio Paulo declarou em 2 Corintios 5.17: “Se alguém está em Cristo, é nova criatura, as coisas velhas já passaram; eis que se fizeram novas”.



v E o que essa natureza nova produz em nós?

v A verdade (24 e 25) - Controle sobre a ira (26) - Cristo ocupa todos os espaços, não sobrando lugar para o diabo. Deus se alegra, você se alegra também!  

v Trabalhamos e nos esforçamos para servir e ajudar o próximo (28). Vencemos o egoísmo (furto).

v Usamos palavras para abençoar (edificar=levantar, fazer o outro crescer) (26).

v Benignidade (32) - Coração compassivo (32) - Perdão (32) - Seguimos o amor (15)

Concluindo:

O que podemos fazer?

v Ter Jesus como exemplo de Homem perfeito (2) Com humildade e mansidão – Mt. 11.29

ü Com longanimidade (2) – “Demorar a estourar”, “pavio longo”.

ü Suportando os outros por meio do amor (2)

ü Esforçar-se muito para isso (3) exige sacrifício, mudança pessoal.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

LIDERANÇA VISIONÁRIA


A Bíblia nos diz (tradução livre da versão King James) que "Onde não há visão, o povo perece" (Pv 29.18). Algumas traduções usam a palavra "revelação" (NVI) ou "profecia" (Almeida 21) em vez de visão, porém a ideia de "direção futura" permanece a mesma. A visão começa com Deus e é comunicada por meio de líderes.

A visão não brota das próprias fantasias e emoções humanas do líder; antes, Deus é quem comunica sua visão a nós e até mesmo nos concede a graça de responder. Bill Beckham escreve: "Esse tipo de visão não é algo que eu possa alcançar, mas que me alcança. Eu não ajo sobre essa visão; é ela que age sobre mim... A visão é algo que trabalha em nossa vida, não algo que nós fazemos".

Humanamente, talvez a visão possa ser melhor descrita como o relacionamento entre o arquiteto e os trabalhadores da obra. Antes que a construção possa de fato ser iniciada, deve haver uma planta. Essa é a lição que Stephen Covey gostaria que entendêssemos. Ele se refere à visão como a primeira criação. Covey crê que é a tarefa primordial do líder nutrir essa primeira criação. Outros podem colocar a visão em prática, mas os líderes geram a visão.
Trabalhei com muitos pastores e líderes ao longo dos anos, e percebi que a liderança visionária tem um papel essencial para mover a igreja adiante e evitar o desânimo diante de obstáculos.
Acabo de voltar do Brasil, onde ministrei em uma conferência realizada por uma impressionante igreja em células de 3.000 células e 25.000 pessoas. Quando ouvi pela primeira vez o pastor sênior, pensei comigo: "Esse homem é um líder visionário". Ele claramente comunicou com as novas instalações da igreja a razão porque estavam reunidos, e o notável futuro pelo qual deveriam orar e trabalhar.
Tudo o que disse estava solidamente baseado nas Escrituras. Ele não estava simplesmente proferindo empolgadamente pensamentos positivos ou sonhos pessoais. Antes, ele pregou razões bíblicas para multiplicar os pequenos grupos que alcancem os perdidos para Jesus.
A maioria das igrejas é menor e está em países que não experimentam o mesmo avivamento que no Brasil. Numa situação em que a igreja é menor e o solo é mais duro, o pastor titular deve encorajar os membros e os líderes de célula a seguir em frente e crer que Deus fará milagres. A tendência em situações difíceis como essa é a de expressar dúvida e frustração. Líderes visionários, por outro lado, firmam-se nas promessas de Deus e as declaram às pessoas.

 Pr. Joel Comiskey

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

EM BUSCA DE SEUS DISCÍPULOS

Texto Bíblico: João 21

Jesus escolhe seus discípulos e convive com eles por 3 anos e meio. Revela-se como o messias, o prometido de Deus, ensina-lhes acerca do reino de Deus. Muitas vezes os advertiu que era necessário sacrificar-se, morrer e ressuscitar logo em seguida. Assim o mestre completaria sua missão. Mas quando Jesus é capturado, julgado, espancado, crucificado e morto, todos se dispersam. Se espalham por lugares diferentes com projetos de vidas diferentes.
O grupo de discípulos desse texto decide pescar. Agora a comunidade chamada igreja que Jesus iniciou com eles estava desfeita (pelo menos na cabeça deles). A comunhão desintegrou-se.
Perder o convívio da comunhão com os demais discípulos (igreja) é algo comum de acontecer até hoje. Por diversas razões, nos vemos longe da igreja. Era o caso dos discípulos nesse texto. Jesus busca seus discípulos, onde quer que estejam, independente do que estejam fazendo.
As vezes uma frustração, distração, decepção com outros crentes, cansaço ou mesmo o desânimo que pode se abater sobre nós, e quando nos vemos, perdemos os laços e prazer de ser e pertencer a comunidade. Ilustrando ao caso do texto, ousamos conjecturar: Parece que Jesus ausentou-se da igreja desse nosso tempo.
O que temos de pensar é o seguinte: Será que o Senhor abriria mão de nós tão facilmente? Deixaria que seus amados escolhidos permanecessem longe do corpo?

Um membro longe do corpo necrosa e morre.

O Jesus ressurreto em Sua grande sabedoria, escolheu e aproveitou o momento em que esses 7 discípulos estavam juntos (v.2) para restaurar-lhes a fé e falar-lhes ao coração. Percebemos no texto que sem a direção de Jesus e afastados da comunhão do corpo eles pareciam estar num barco que não levava à lugar nenhum. (v.3). Confiar em suas próprias habilidades não trazia os resultados positivos que esperavam. Pescaria fracassada e muita frustração. Mas Jesus estava ali, próximos a eles, com uma intenção específica: Trazê-los de volta para o caminho.
E como o Senhor faz isso? Deu uma grande bronca neles? Passou um sermão? Apontando o dedo e questionando o que eles faziam ali, ou por que dispersaram? Não!! O mestre usou um recurso cada vez mais escasso hoje em dia: Amor! Jesus manifestou Sua presença bondosa no meio deles (v.1). Ele decidiu revelar-se aos seus amados, ensinar-lhes que jamais os abandonaria, mesmo que eles o abandonasse.
Jesus poderia ter jogado na cara deles: - Vocês não poderiam voltar à pesca, porque Eu os fiz pescadores de homens e vocês largaram as redes para me seguir, lembram? (Mc.1.17). O mestre compreendia a necessidade de cada um levar o sustento para casa, afinal, tudo parecia tão perdido...Mas isso apenas agravaria ainda mais suas dores.
Igreja não é local para se imputar feridas nos outros.

Brennan Manning escreveu
“A igreja institucional tornou-se alguém que inflige feridas nos que curam, em vez de ser alguém que cura os feridos”.

 O Senhor então participa do cuidado material deles, indicando onde deveriam lançar as redes (v.6). Eles precisavam de direção espiritual, e nós também.
Pacientemente o Senhor se deu a conhecer a eles (v.7). Como? Por suas palavras e sua generosidade. A memória deles foi ativada a lembrarem da primeira vez que o viram, foi em situação semelhante (Lc.5.4..).
Alguém (João) identifica o estranho como sendo o Senhor, isso gerou um rebuliço geral e todos se apressam em chegar logo à praia (a fé e a esperança volta a encher seus corações).Inclusive Pedro, que pescava nu, veste-se rapidamente e mergulha apressadamente ao mar para revê-lo, seria um reencontro restaurador, principalmente para Pedro. Na praia peixes assados na brasa e pão em quantidade (v.9). O que isso representava? Um convite à comunhão , chamado a continuidade, a intimidade e ao relacionamento. O cenário acendia as lembranças de que tudo continuava como sempre. O verso 12 nos convida: “Vinde, comei”. Essas palavras são conhecidas: A ceia remonta esse cenário.
Pães e peixes também fazem lembrar do milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, onde um garotinho contribuiu para a multidão se alimentar.
Jesus queria reacender a fé em seus corações e usou os símbolos e elementos que eles já conheciam.
Não precisamos de nada novo em nossa formação espiritual, mas sim voltar as raízes antigas das escrituras.
Jesus estava lhes passando uma mensagem: “Tudo está como antes, inclusive Eu”. Nada mudou. Quanto a minha presença e o meu amor por vocês. Ainda que vocês desanimem, fracassem, errem, se dispersem, Eu os amarei incondicionalmente.

“Não há nada que façamos de tão bom para que Deus nos ame mais; nem algo de tão ruim para que nos ame menos”.

Jesus tem um papo mais estreito com Pedro, que o havia negado. Deu-lhe a chance de consertar as coisas e provar o seu amor.
Em momento algum questionou ou lembrou a negação de Pedro, não cobrou os erros do passado. Não fez acusações, não o criticou.

Mas decide perguntar: “Você me ama?” (v.15, 16,17) Ágape. Mas Pedro não conseguia amá-lo como era amado, então sempre responde: Phileo, carinho, ternura. Jesus é paciente e sabe que o amor de Pedro por Ele crescerá e arderá mais na frente. Aceita-o mesmo não sabendo amá-lo plenamente. Não conseguimos amar ao Senhor como Ele merece! 
Jesus usa mais uma expressão forte com Pedro que nos diz respeito hoje como discípulos:

3 Verbos do discípulo em restauração

a) Vinde (v.12) (comunhão com pão e peixes)e, também um convite ao descanso, já que estavam exaustos de uma pescaria fracassada, suprir o físico. Vinde também insinua a restauração emocional e espiritual, confirmando que o mestre está vivo. Reacendendo a fé.

b)Apascenta (v.15,16) (cuida dos outros em meu nome); Pastoreie as ovelhas perdidas e gente sofrida, assista aos necessitados, evangelize, discipule, pregue, treine, dedique-se as pessoas.

Ele conclui com c) segue-me (v.19 e 22). Venha comigo, abra mão de seus projetos pessoais e de suas habilidades. Perca sua vontade própria e Me obedeça. Passe pelo que eu passei e ande em intimidade comigo, venha atrás de mim. Faça o que eu faço!
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Concluindo
Assim também nós, discípulos modernos do Senhor e, podemos nos encontrar desconectados do seu corpo (igreja).  Famosos como Pedro e Natanael ou anônimos como os dois que não tem seus nomes revelados.
Nossa natureza nos empurra para o afastamento e isolamento.
E mesmo advertidos de que conviver com outros não é tão simples, mas nem por isso deveríamos nos dispersar, nós cedemos..
Tendemos a nos espalhar e vivermos individualmente nossas vidas sem ajuda ou interferência uns dos outros. Decidimos então fazer do nosso jeito a pescaria, confiando apenas em nossas habilidades e capacidades naturais.

Cansamos também fisicamente, nosso emocional se desgasta, ou talvez uma frustração e decepção vão nos empurrando à vida de isolamento. No fundo ninguém mais agüenta ‘religiosidade’, farisaísmo e rituais. Todos, na verdade buscamos e precisamos de espiritualidade. Queremos, precisamos e podemos ser nós mesmos. Ansiamos por retirar as máscaras e desfazer os tipos! Um Grito está preso dentro de nossa alma: Liberdade!!
E quando pensamos que ninguém mais se preocupa com a gente, até o próprio Deus, eis que Ele se manifesta. E apesar das pessoas nos descartarem tão facilmente; Ele não. Pagou um preço muito caro para abrir mão da gente.
Ele nos escolheu para formarmos o seu corpo vivo na terra, então vai se revelando a um, que vai avisando aos outros. Vai se dando a conhecer à nós, que carecemos de comunhão autêntica e relacionamentos.
Sem a direção d’Ele a vida parece ser um constante prejuízo (não pegamos nada).E sem crítica ou acusação, Jesus decide mostrar-nos o caminho de volta, o Seu caminho . Ele quer assumir novamente a direção de sua vida. Só se você deixar, é claro! Seria um recomeço. Vencer e curar o passado de decepção e dor e se reinventar no Senhor para seguir na caminhada da fé. Deus nos renova o convite: “Venham e comam”. Partilhem meu peixe e a mim, que sou o pão entre vocês.
Vocês precisam uns dos outros. Começo a Restaurá-los porque muitas de minhas ovelhas estão aflitas e feridas sem pastor e sem rebanho. Vocês podem formar um rebanho e apascentá-las. Ainda tenho muita gente nessa cidade.Finalmente nos convoca: Sigam-me.
Pedro e os outros 10 apóstolos voltaram a se reunir como Igreja, conforme orientação do Senhor:
“E enquanto participavam de uma refeição com eles, ordenou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai.
Subiram ao cenáculo, onde estavam Pedro e João, Tiago e André, Felipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus; Tiago filho de Alfeu, Simão, o zelote , e Judas, filho de Tiago.
E unidos, todos se dedicavam a oração...“ (Atos 1.4,13,14)

 Encheram-se do Espírito Santo (Atos 2) e revolucionaram o mundo como Igreja.
Deus fez isso com pessoas que antes estavam dispersas e desanimadas.

No amor de Jesus
Pr. Silvio Duque