Bem vindo ao meu espaço

Uma página aberta para a reflexão e restauração da saúde do pastor e de sua familia.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

ENFRENTANDO AS PERDAS

No processo da dor, enfrentamos a angustiosa realidade de nossas perdas. Isso leva-nos o tempo e uma grande energia emocional. Por isso ser tão difícil, nossa tendência é tentar ignorar o sofrimento. Evitando o difícil processo da dor não há crescimento e nem restabelecimento. Noemi se sentiu angustiada e abandonada por Deus quando morreram seu marido e filhos. Mas ela enfrentou sua perda honestamente e se entregou ao sofrimento. Isso foi um passo importante para a restauração de sua saúde emocional.

O básico escapou da vida de Rute e de Noemi. O caminho mais fácil para Rute seria o de abandonar Noemi em sua pobreza e retornar para a segurança de sua própria família e pátria. Mas Rute confiou no Deus de Israel e escolheu ficar com Noemi. Ambas receberam muito conforto uma da outra. Aqueles que estão sofrendo precisam de alguém que chore com eles e os ajude a carregar a sua dor. Durante tempos difíceis, Deus usa outras pessoas para nos trazer consolação.

É fácil pensar que, se as circunstâncias fossem razoavelmente um pouco melhores, nossa saúde e cura seriam mais fáceis. A prova, porém, para qualquer processo de recuperação é ver quais os resultados que ele produz quando os tempos são maus. O livro de Rute nos fala a respeito de uma família que sofreu severas perdas. Primeiro, faleceu o marido de Noemi; depois seus dois filhos. Uma nova voltou para casa, para a sua família, a outra, porém, ficou nesta situação, aparentemente sem esperanças. Rute não aceitou deixar que os tempos difíceis decidissem o resultado de seu futuro.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

LIDANDO CONTRA A RAIVA

Para muitos de nós, é bastante difícil lutar contra a irritação. Alguns temos um histórico de raiva, e assim tentamos reprimir nossos sentimentos. Já outros ocultamos os sentimentos de coragem, fingindo que não existem, porque, no passado, nunca puderam expressá-los. 

Se alguns de nossos problemas derivam de não sabermos como expressar apropriadamente a nossa irritação, é possível que procuremos não lidar com eles. Talvez seria melhor "deixá-los de lado", com a esperança de que desapareçam. Avaliar como lidar com a irritação de forma adequada é parte importante em nosso caminhar saudável.

O apóstolo Paulo disse: "Se vocês ficarem com raiva, não deixem que isso faça com que pequem e não fiquem o dia inteiro irados. Não deem ao diabo oportunidade para tentar vocês". (Efésios 4.26-27). Uma saída é estabelecer um tempo limite diário para lutar com a nossa coragem; um tempo para encontrar a maneira de expressar os nossos sentimentos e, então, abandoná-los.

Lutar contra a irritação rapidamente é importante, pois, quando permitimos que amadureça, ela se transforma em amargura. A amargura é a raiva que foi enterrada e teve tempo para crescer. A Bíblia nos adverte: "Abandonem toda amargura, todo ódio e toda raiva. Nada de gritarias, insultos e maldades! Pelo contrário, sejam bons e atenciosos uns para com os outros. E perdoem uns aos outros, assim como Deus, por meio de Cristo, perdoou vocês". (Efésios 4.31-32).

Os Alcoólicos Anônimos ensinam que nunca devemos chegar ao ponto de estar muito famintos, zangados, sós ou cansados. Poderemos conseguir isso se logo lidarmos com a raiva tão logo apareça.

VERDADE, RECUPERAÇÃO E SAÚDE

A verdade traz cura - Pelo fato de a verdade causar dor, muitas vezes tentamos nos proteger dela. Quando Isaías disse a verdade ao povo de Judá com relação à seus pecados, eles agiram como muitas vezes agirmos: esconderam-se na negação. Recusaram-se admitir que tinham pecado. Fazendo assim, também se recusaram a experimentar o poder curador da verdade. Nosso programa de recuperação somente será eficiente quando nos abrirmos à verdade, independentemente da dor que isso possa causar.

A Negação leva à procura de culpados - Em vez de admitirem seus pecados e reagirem frente aos mesmos, o povo de Judá culpou a Deus pelas terríveis consequências dos mesmos. Se continuamos na negação, também nos tornaremos exímios em encontrar culpados. Se desejamos progredir na recuperação e andar saudável, necessitamos assumir a responsabilidade por nossas ações. As dolorosas circunstâncias que sofremos muitas vezes são consequências diretas das nossas próprias faltas.

É onde entra a oração: Deus não é um capacitador. Como vemos no livro de Isaías, Deus leva muito a sério as nossas ações. Deus faz por nós o que somos incapazes por nós mesmos; mas, então, deixa o restante ao nosso encargo. Isaías disse ao povo que, apesar da iminente destruição, Deus os libertaria do cativeiro babilônico. Deus providenciou os meios, mas o povo devia dar os passos para sair da Babilônia. Quando nossas orações por restauração não são respondidas, pode ter chegado a hora de agirmos. Muitas vezes, somente depois de agirmos em fé é que seremos capazes de ver o que Deus já realizou em nosso favor.


A SAÚDE E O INVENTÁRIO DE NÓS MESMOS

Confissão
Neemias 9.1-3

Façamos um minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.

Ao fazermos nosso inventário moral, provavelmente faremos uma lista de nosso hábitos destrutivos, das nossas falhas de caráter, dos erros cometidos, das consequências de escolhas erradas com as quais convivemos agora e dos danos que causamos a outras pessoas. É semelhante a revirar todo o lixo de nosso passado. Isso é doloroso, mas é procedimento necessário para jogar fora os hábitos e comportamentos deteriorados. Se não lidarmos com eles, certamente arruinarão todo o resto de nossa vida.

Os exilados judeus que retornaram do exílio "confessaram os seus pecados". Essa frase diz muito. A ideia da confissão envolve não apenas assumir os nossos pecados,  mas também inclui sentir verdadeira tristeza por causa dos mesmos. Pecados são ofensas contra Deus, inclusive toda e qualquer transgressão contra a vontade dEle. A sequência natural da verdadeira confissão, após assumirmos nossos pecados e lamentá-los perante Deus, é abandoná-los.

A confissão dos israelitas nos serve de modelo a seguir ao realizarmos nosso inventário moral. Podemos listar as ocasiões em que ocorreram nossas ofensas, nossos hábitos destrutivos e as consequências que causamos em nossa vida e na vida de outros. Então, depois de nos responsabilizarmos por todo o lixo, podemos "jogá-lo na lixeira".

Na sua confissão, os israelitas assumiram, lamentaram e, então, descartaram seus pecados. Após isso, estavam melhor habilitados a fazer um novo começo. Nós podemos "assumir" o lixo em nossa própria vida ao nos responsabilizarmos pessoalmente por escolhas feitas e ações praticadas. Podemos "lamentar" os pecados permitindo-nos chorar. Podemos "descartar" os pecados deixando-os para trás e direcionando-nos para o futuro.

terça-feira, 1 de maio de 2012

CARECEMOS DE UMA VISÃO SADIA DE COMUNIDADE

No estudo desta semana com nossa célula protótipo, estudamos sobre "Uma Família(Igreja) Compartilhando Sem Medo". Compartilhar é verbo transitivo que se define por 'ter' ou 'tomar parte' em, ou na vida do outro - 'participar' da história do outro - 'Fazer parte das desgraças alheias'. 

Reproduzo aqui uma publicação da Igreja Comunitária Willow Creek. Texto de 1993 que definiu-se para toda a igreja a realidade de compartilhamento e o conceito prático de Comunidade:

"Reconhecemos que todos nós somos pessoas feridas. Não chegamos aqui para colocar uma máscara e dizer: "- Tudo vai bem!" Uma comunidade genuína é aquela em que as pessoas podem ser vulneráveis. Como uma reunião do Alcoólicos Anônimos, podemos dizer: "-Sou um pecador e tenho estes problemas e estas feridas". Então ocorre comunidade verdadeira, em vez de construirmos uma fachada. Queremos ser um local de autenticidade, onde confissão mútua é um elemento mais do que bem-vindo! Aqui somos distintos, mas não exclusivos...Nossos mestres não se apresentam como pessoas perfeitas. Eles também praticam essa vulnerabilidade; caso contrário não sobreviveriam.
Tornar-se cristão é apenas o primeiro passo. A vida é um trabalho interminável de lidar com as cicatrizes do nosso passado e continuar clamando para sermos pessoas sadias. Em segundo lugar, aprendemos que somos todos ministros juntos, auxiliando uns aos outros a descobrir e usar os dons que Deus nos deu...Comunidade nasce da interdependência. Não podemos cumprir o plano de Deus sem os outros". 

Não precisamos rever nosso conceito de Comunidade? O próprio Senhor Jesus viveu compartilhamento sem medo em sua jornada aqui na terra. Em tempo de terrível angústia, reuniu três dos seus discípulos mais íntimos e 'abriu o coração' dizendo-lhes: "Minha alma está cheia de pavor e tristeza, a ponto de morrer, fiquem acordados comigo" (Mt.26.38 - Bíblia Viva). 

Comunidade já!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

MORIÁ

Qual é o servo de Deus que nunca viveu uma dúvida? Que nunca se achou sem respostas e que nunca pensou ou clamou para que fosse mostrado a direção? Ficamos 'cegos' por diversos fatores, o cansaço, a tradição, a ansiedade, a tendência pecaminosa, o ódio e por aí vai... A questão é que nós, vez por outra, precisamos que nos mostrem as respostas, o caminho, a saída, a direção, enfim. Deus é especialista em nos fazer ver o que ainda está oculto para nós.
Agar estava prestes a morrer de sede junto ao seu filho no deserto. Deus então lhe mostrou um poço (Gn.21). Moisés vivia consumido e desgastado no ministério porque insistia em controlar tudo, não dividindo a vocação com ninguém. Precisava que alguém lhe mostrasse um ministério compartilhado. Deus então envia Jetro (Ex.18). O caso mais conhecido é mesmo o de Abraão. Em obediência ao Senhor, levou seu filho único ao sacrifício no topo de um monte chamado Moriá. Chegou a levantar o punhal para sacrificá-lo, quando Deus lhe mostrou um cordeiro em substituição ao seu filho. Moriá significa "O que Deus mostra". Deus é Deus que se revela e abre para nós seus segredos, que ainda estão ocultos. Ele disse por meio do apóstolo Paulo: "E Eu passo a mostrar-vos ainda um caminho sobremodo excelente"(1 Cor 12.31). Que legal! Nosso Pai quer nos mostrar os caminhos. Seja sincero: Você consegue perceber o que o Espírito quer te mostrar?
Quero compartilhar com você que, não é tão simples assim ver o que Deus quer te mostrar. Abraão precisou de pelo menos, três qualidades para ver, em Moriá, o que Deus queria lhe mostrar:
Primeiro: Tempo sozinho com Deus - Deus chama Abraão para um monte, que significava em toda a escritura, Oração. Sem um relacionamento intimo e constante com Deus fica inviável que o Senhor nos mostre suas maravilhas. Isso é confirmado em Jer.33.3.
Segundo: Desenvolver um coração paciente - O assunto em questão era Isaque. Ele estava para ser sacrificado no monte. Ele foi prometido a Abraão e Sara há muitos anos antes. Crê-se que, levou mais de vinte anos para que Isaque fosse tomado nos braços do casal. Gente afobada, precipitada, dificilmente enxerga as maravilhas de Deus. Costumam tomar à frente de Deus.
Terceiro: Exercício da obediência - Deus pediu o seu único filho em sacrifício, que demorou anos para ser realidade. Ele não pensou duas vezes, obedeceu cegamente a palavra do Senhor. Obedientes não questionam, só obedecem, ainda que não entendam os por quês! 
Desenvolva hoje mesmo um ambiente de MORIÁ, porque Deus te mostrará a Sua Glória e muitas coisas maravilhosas mais!

Graça e paz!
Silvio Duque
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quarta-feira, 28 de março de 2012

CARNES, PEIXES, CEBOLAS...OU MANJAR ESPIRITUAL?

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Números 11.4-5 e 1 Corintios 10.1-4 

Chego a ficar "Estarrecido" ao analisar a consciência 'carnal' da nação israelita após serem libertados da escravidão egípcia. Lá eram maltratados, explorados, abusados e oprimidos de tal forma a não conseguirem suportar. Sufoco total. Faraó e sua corja usavam de astúcia, os afligiam, exerciam tirania, tornava a vida deles mais amarga possível, e ainda promoveram a matança de seus recém nascido. Só não foram bem sucedidos nessa última empreitada porque as parteiras temeram a Deus (Êxodo 1.8-22). 

Aquela geração tinha forte tendência ao comodismo. "Não importa se nos escraviza, desde que nos deem de comer" (Pensavam). Ô gente tolida e tardia para crer que Deus tinha algo muito melhor para eles. Tinham saudade das Carnes, dos peixes e dos alhos do Egito. Pode? Livres, reclamavam e desejavam o tempo de escravidão. Gente ingrata, que resiste a reconhecer o esforço feito para libertá-los, tanto divino, quanto do próprio Moisés.

Tenho uma leve sensação de termos em nossos dias uma geração semelhante. Povo de Deus muito pouco espiritual ao ponto de não aceitar (Do jargão de alguns: "Eu não aceito, Senhor!) "Comer feijão, arroz e ovo" (Conjectura minha) mas, na presença de Deus. Assim como Daniel, que preferiu legumes. Aquela geração preferia ter certo conforto, status e luxo, porém, sob controle e jugo do inimigo. Aceitar a viver pela fé, com a provisão diária (que vinha do céu) estava fora de cogitação. 

Assim, muitos hoje vão reclamando do "pouco" que achamos que Deus nos dá; murmura-se porque os que não servem a Deus têm uma vida muito melhor. (Materialmente falando, é lógico!). Foram levados ao deserto, o que muitos filhos de Deus não entendem, viver tempos de escassez para 'tentar' aprender a conhecer e se relacionar com o DEUS que os libertou. Não entendiam esse estágio, por isso desejaram coisas más (1 Cor. 10). O estômago e a cobiça falavam mais alto que o temor do Senhor.

Paulo resume a jornada do êxodo dos israelitas e confronta a carnalidade dos hebreus com a Espiritualidade proposta pelo Senhor. O apóstolo refere-se a "Manjar Espiritual", A Pedra (Cristo) que ia com eles. Meu Deus, como é possível ignorar a companhia do Espírito desse jeito na jornada? Só lembravam das "carnes do Egito". No fundo faz sentido, para o carnal desprezar a graça e o amor de Deus por qualquer porcaria.

Cuidado com o banquete que os reis da terra te oferecem. Atenção para não sentir saudade e desejos do tempo de escravidão do pecado - Tudo é vão e acaba na próxima digestão; no entanto, o Manjar Espiritual nos sacia eternamente. Viva bem, viva mais, tenha uma dieta espiritual.

Pr. Silvio Duque
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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

REFLEXÕES EM ITAIPUAÇU - Parte 3

Com que asas você voa?

Evidentemente trata-se de uma metáfora para nos ajudar a entender o que e como nos movemos em nossa caminhada de vida. Usaremos o texto de  Salmo 55 para falar das dificuldades e das profundas tristezas vivenciadas por todos nós. E como reagimos ante as adversidades da vida.

Davi compõe este cântico didático e realista quanto ao desgaste na jornada, principalmente em meio a conflitos pessoais e relacionamentos conturbados. Concordamos que quase 80% dos nossos problemas são creditados a relacionamentos feridos e mágos com outras pessoas. Era o caso de Davi aqui.

Nesse desgaste, fica evidente os sinais de ansiedade apresentados por Davi, e que muito é diagnosticado em consultórios de psicologia e psiquiatria,e até mesmo em salas de aconselhamento pastoral. A ansiedade gerada pelo desgaste num relacionamento ferido são:

a. A sensação da ausência de Deus (v.1).
b. Perturbação no dia a dia (v.2b).
c. Tendêndia de encontrar um culpado por sua dor (v.3)
d. Aceleraçao cardíaca (v.4).
e. Medo (v.5).
f.  Sensação de morte (v.4)

Chega uma hora que a nossa vontade é dar um basta e fugir para bem longe de tudo e de todos que esboçem qualquer vínculo com esses sintomas e problemas em que vivemos. Tendemos a desejar 'sumir' e refugiar-se bem distante, onde ninguém nos conheça e vivermos uma outra vida, crendo (erroneamente) que os problemas vão desaparecer. Em sua humanidade, o rei desejou isso (v.6,7)

"Então, eu disse: Quem dera eu ter asas como de pomba! Voaria e acharia pouso. Fugiria para longe e ficaria no deserto". 

Davi e nós nos comparamos a pombas, ou seja, ariscas a qualquer reflexo ou gesto brusco. Voam ou fogem ao primeiro sinal de ameça. É assim que nos portamos em muitas situações de afronta e medo. Fugir, escapar, encontrar alívio, refúgio, sozinho, isolado...no deserto.

Mas Deus não nos deu asas de pomba, essa ave serve de exemplo em outras circunstâncias, não em relação ao seu vôo. Deus nos deu asas de ÁGUIA. Isaías 40.  Nos ajuda com estrutura óssea bem resistente para voar em direção à tempestade; não fugindo dela. Nos dando visão privilegiada para resolver os confligos e não recuar diante deles.

Com que asas você voa? A sensação de ausência de Deus não prova que você esteja sozinho, nem a perturbação, nem o medo ou sensação de morte. O Senhor não te deixa só, e quer trabalhar suas resistências espirituais e emocionais, a fim de confrontar com sabedoria as adversidades, superando os confligos em seus relacionamentos, sem covardia, encarando como água.

Paz.
Silvio Duque

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

REFLEXÕES EM ITAIPUAÇU - Parte 2

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Tempo de Cura

Na manhã do dia 19 sentamos novamente diante do Senhor e tratamos de cura. Adoramos com cânticos, oramos e meditamos nesse rico texto que aborda a vida de Naamã. Nos abençoou e tocou profundamente, e espero que te ajude também.

2 Reis 5.1-19


Naamã era um homem vitorioso, conceituado como general sírio, com fortes vínculos com o rei de Damasco, contava tambem com admiração de sua tropa e de sua casa. Foi chamado de herói de guerra (v.1). Porém, debaixo de sua farda, repleta de medalhas e condecorações, escondia uma ‘lepra’. Possivelmente, camuflava o máximo que podia. Mas convivia com esse incômodo, 'A lepra'.Isso nos dá base para pensar que, nós também podemos ter algo que procuramos esconder das pessoas, sempre deixando à mostra o nosso 'lado bom'. No fundo da alma sabemos, que temos algo a curar em nós, que até passou do tempo de tratarmos dessa situação íntima que nos inquieta e perturba.
Como Naamã, temos questões a tratar, defeitos a esconder e precisamos urgente de transformação.
Naamã sai de sua terra (Assíria), vai as terras de Israel, passa por um processo ‘doloroso’ de cura , de libertação; é transformado por um Deus amoroso, e retorna para seu país curado.

O que aprendemos ? Quais lições importantes tiramos para nós?

1 -  Reconhecer nosso estado

Por mais que não gostasse de seu estado, Naamã tinha de reconhecer que era leproso. Precisava assumir para si mesmo que tinha que buscar mudança , cura! Dificilmente uma pessoa que não reconheça suas fraquezas e falhas, conseguirá vencê-las e libertar-se delas. Não só ver-se como pecadora, mas ter noção de quais pecados costuma cometer. Tratando-se de erros,  não podemos confessá-los no atacado, mas no varejo.  Uma pessoa para entrar no AA precisa assumir ser alcoólatra, um dependente de drogas para ser internado precisa aceitar que é viciado, e decidir internar-se.Naamã só foi para as terras de Israel buscar sua mudança, porque primeiro assumiu que era leproso e queria mudar. Querer mudar e ter atitudes para mudança é outra grande necessidade.

2 – Reconhecer que precisamos das Pessoas

Infelizmente, o diabo, usa pessoas para nos ferir, adoecer (então passamos a desconfiar de todos) -  mas Deus também usa pessoas para nos curar! Naamã contou com um grupo de pessoas que estavam ao seu redor. Todas fizeram parte de seu processo de restauração.  Uma menina escrava que ajudava sua esposa (v.2) -  A esposa que contou sobre o que a menina dissera -  O rei da Síria (o ajudou com a diplomacia etc. -  O profeta Eliseu (v.10) - Os oficiais de Naamã com sábios conselhos (v.13)

Pessoas são ferramentas para nossa transformação. São ‘chaves’ que Deus usa para nos abrir portas. As pessoas ‘aparentemente mais humildes ou simples (escrava, criança) podem ser canais de um grande agir de Deus em nossa vida.


3 - Submeter-se a Deus (v.10)

Naamã mostra uma ponta de orgulho e falta de humildade ao chegar em Israel e se encontrar com o profeta. Pensou que seria recebido com festa, que todos se inclinariam diante dele etc. Eliseu sequer o recebeu, e mandou que mergulhasse sete vezes no rio Jordão. Ele começa a ficar indignado (11) porque as coisas não aconteciam do jeito dele. Indignado começou a esbravejar e a murmurar, reclamando de tudo. Queria tanto as coisas do jeito dele que não reconhecia o jeito de Deus agir. Imagine curar um homem daquele sem antes tratar o seu ego, sua falta de humildade? Por mais acostumado a ‘dar ordens’ aos outros, agora precisava receber ordens de alguém. O processo de humilhação e quebrantamento acontece antes da cura; ou talvez ele mesmo seja a cura. Não acontece como você quer, mas como Deus determina.Nos enganamos quando confiamos em nossos métodos . Somos previsíveis e achamos que Deus também o é. Naamã conjecturou sua recuperação de uma forma, mas Deus tinha um jeito diferente de agir, totalmente novo e exclusivo para ele.


4 - Aprender a ouvir conselhos (v.13)

Deus nos deu uma boca e dois ouvidos por uma razão muito lógica, você não acha? Quem fala demais corre um grande risco: deslizar nas próprias palavras. Pensar antes de falar deve ser visto por nós como sinal de sabedoria. Naamã resmungava sem parar, reclamando da atitude do profeta e quase volta para sua terra ainda doente. Se não tivesse parado para ouvir os conselhos de seus subordinados (oficiais). Se conselhos fossem bons, não se davam, vendiam. Este é o lema do mundo. Mas para nós, não! A Bíblia ensina em Prov. 15.22: “Onde não há conselhos fracassam os projetos, mas com os muitos conselheiros há bom êxito”. Os conselhos dos oficiais de Naamã mudaram o rumo de sua vida. Os conselhos podem nos abençoar. Buscar conselhos dos sábios é sinal de aprendizado, humildade e sabedoria. As pessoas estão de fora podem ver melhor a situação em que nos encontramos. (Conselhos de Jetro).


5 - Ter experiência com o Deus que nos transforma (Deus quer mais se revelar do que nos curar) (v.17-19)

A nossa transformação é importante, mas não é tudo. Restaurar-se sem conhecer um pouco mais o Senhor é inútil. Naamã seria curado, restaurado e retornaria para a Assíria sem uma experiência com Deus. Seria curado pelo profeta e tudo seria muito cômodo, mas Deus usou todo aquele processo para se revelar a Naamã. Os versos finais do texto mostram que ele saiu de Israel totalmente convertido ao Senhor.  Os propósitos de Deus para Naamã eram maiores do que ele mesmo pensava. Naamã agora voltava para o seu povo, crendo no Deus verdadeiro e único. E semearia lá a experiência que teve com o Senhor.

Naamã cresceu no relacionamento e experiência com Deus assim como Jó.

Concluindo:

Ø  Reconheça seu estado
Ø  Busque ajuda das pessoas, sozinho você não consegue
Ø  Submeta-se a Deus, pare de querer fazer sempre do seu jeito
Ø  Submeta-se aos conselhos dos mais sábios
Ø  Mergulhe numa profunda experiência com o Senhor

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

REFLEXÕES EM ITAIPUAÇU - PARTE 1


Contando com a generosidade de meu amigo e pastor Everaldo Júnior, que nos emprestou sua casa em Itaipuaçu nesse período de carnaval, formamos um grupo especial de onze pessoas e, todas as manhãs nos colocávamos em adoração diante do Senhor, com orações, cânticos e reflexões bíblicas. Evidentemente o Senhor também nos falava enquanto brincávamos, tomávamos banho de mar, batiamos papo na areia, deitávamos nas redes para sorrir, soltávamos pipa, catávamos tatuí e trocar experiências.

Na manhã do dia dezoito, foi trabalhado o texto de Efésios 4.22-24.
Perceberam as três ênfases desses versículos? Vos despojeis do velho homem, Vos renoveis no espírito e Vos revistais do novo homem
Todos nós nascemos com uma natureza pecaminosa (pecadores). A Bíblia afirma isso em Salmo 51.5 :”Eu nasci na iniqüidade e em pecado minha mãe me gerou”.A ênfase do chamado Velho  Homem é a vida carnal e os desejos pecaminosos.
Ao nascer de novo (no arrependimento) em Cristo; (João 3) passamos por uma transformação na mente, e recebemos uma nova natureza, a espiritual. As duas naturezas agora, convivem conosco. Não acontece num toque de mágica, de um dia para o outro, passarmos a viver certinhos. Ainda mais depois de uma vida inteira adaptada ao pecado.
O próprio apóstolo Paulo conviveu com o conflito das duas naturezas trabalhando em sua vida (Romanos 7.15-25). Paulo então vai falar sobre essa ‘Guerra interior’ que se trava em nós.
Recapitulando:

ü Velho homem em mim (v.22)

ü Eu me renovando espiritualmente (v.23)

ü O Novo homem em mim (v.24)

1 – O Velho homem querendo agir em minha vida (v.22).

Levanta a questão da tendência pecaminosa continuar atuando em nós. Se essa  natureza prevalecer o que produzirá em nossas vidas?
v Mentira (25) - Ira (26) - Furto (28) – Furtar é ação egoísta, leva a pessoa a pensar só nela mesma.

v Palavras que machucam (29) “palavrão”. - Amargura (31) – Ressentimento , Falta de perdão.

v Cólera (31) - Gritaria (31) - Malícia (31) - maldade. 
v Por que tudo isso acontece? Porque a natureza carnal e pecaminosa assume o controle de nossa vida. Infelizmente o diabo ganha espaço (v.27), nos engana (22) e nos jogando contra as pessoas (geralmente aquelas que mais amamos).
Em contrapartida, o Espírito Santo (Deus) é entristecido. (30). E nós também perdemos parte da alegria quando essas coisas acontecem. O que fazer dessas coisas em nossas vidas? (22) despojar (arrancar, extrair).

Só lidando abertamente com essas questões é que podemos ir para a segunda etapa, Não há meio de renovar-se espiritualmente ou querer ser espiritual, mantendo a natureza pecaminosa ativa e desenfreada em nosso viver. É necessário confrontá-la e subjugá-la em Cristo.

2 – Nos renovando espiritualmente (23)

Dar ênfase a vida espiritual, ao relacionamento com Deus. Desprender-se de coisas, materiais.Orienta-nos a dedicar devida atenção à vida interior. Porém: Será inútil dedicar-se à oração, freqüentar cultos, seguir regras religiosas, ler Bíblia etc.; se não levarmos a Deus as questões da velha natureza.

Gordon Mac Donald alerta:

“Aquele cuja vida interior se achar convulsionada por compulsões não resolvidas, não conseguirá escutar a voz do Senhor a chamá-lo”.

Geralmente ‘fugimos’ de falar e mexer em questões que levantem nossos próprios erros. Na maiora das vezes não gostamos de ser corrigidos, criticados. Nem mesmo buscarmos ajuda, compartilharmos pecados com alguém em quem confiamos. (Tg.5.16). “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados”
Interessante notar que, se queres perdão, confesse a Deus seus pecados (1 João 1.9); mas se queres também 'Cura', confesse-o a alguém (Tg. 5.16).

Para renovar-se espiritualmente é necessário encarar de frente a antiga natureza. E subjugá-la no poder de Deus.



3 – O Novo homem em mim

Agora eu posso vestir-me do novo, pois já me despojei do velho(22). Não posso usar duas peças de roupas ao mesmo tempo, uma por cima da outra. Quando estou em público, visto roupa nova; mas na privacidade continuo usando armas da antiga natureza, do homem velho.

Geralmente, tratamos mal as pessoas que mais amamos. Por que? O novo homem representa a natureza que Cristo trouxe a nós (Gal.2.20) “Já estou crucificado com Cristo, logo, na não sou em quem vive, mas Cristo vive em mim...”

Quando atentamos a vida espiritual, Cristo tem domínio sobre nós, porque nós mesmos já morremos... O próprio Paulo declarou em 2 Corintios 5.17: “Se alguém está em Cristo, é nova criatura, as coisas velhas já passaram; eis que se fizeram novas”.



v E o que essa natureza nova produz em nós?

v A verdade (24 e 25) - Controle sobre a ira (26) - Cristo ocupa todos os espaços, não sobrando lugar para o diabo. Deus se alegra, você se alegra também!  

v Trabalhamos e nos esforçamos para servir e ajudar o próximo (28). Vencemos o egoísmo (furto).

v Usamos palavras para abençoar (edificar=levantar, fazer o outro crescer) (26).

v Benignidade (32) - Coração compassivo (32) - Perdão (32) - Seguimos o amor (15)

Concluindo:

O que podemos fazer?

v Ter Jesus como exemplo de Homem perfeito (2) Com humildade e mansidão – Mt. 11.29

ü Com longanimidade (2) – “Demorar a estourar”, “pavio longo”.

ü Suportando os outros por meio do amor (2)

ü Esforçar-se muito para isso (3) exige sacrifício, mudança pessoal.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

LIDERANÇA VISIONÁRIA


A Bíblia nos diz (tradução livre da versão King James) que "Onde não há visão, o povo perece" (Pv 29.18). Algumas traduções usam a palavra "revelação" (NVI) ou "profecia" (Almeida 21) em vez de visão, porém a ideia de "direção futura" permanece a mesma. A visão começa com Deus e é comunicada por meio de líderes.

A visão não brota das próprias fantasias e emoções humanas do líder; antes, Deus é quem comunica sua visão a nós e até mesmo nos concede a graça de responder. Bill Beckham escreve: "Esse tipo de visão não é algo que eu possa alcançar, mas que me alcança. Eu não ajo sobre essa visão; é ela que age sobre mim... A visão é algo que trabalha em nossa vida, não algo que nós fazemos".

Humanamente, talvez a visão possa ser melhor descrita como o relacionamento entre o arquiteto e os trabalhadores da obra. Antes que a construção possa de fato ser iniciada, deve haver uma planta. Essa é a lição que Stephen Covey gostaria que entendêssemos. Ele se refere à visão como a primeira criação. Covey crê que é a tarefa primordial do líder nutrir essa primeira criação. Outros podem colocar a visão em prática, mas os líderes geram a visão.
Trabalhei com muitos pastores e líderes ao longo dos anos, e percebi que a liderança visionária tem um papel essencial para mover a igreja adiante e evitar o desânimo diante de obstáculos.
Acabo de voltar do Brasil, onde ministrei em uma conferência realizada por uma impressionante igreja em células de 3.000 células e 25.000 pessoas. Quando ouvi pela primeira vez o pastor sênior, pensei comigo: "Esse homem é um líder visionário". Ele claramente comunicou com as novas instalações da igreja a razão porque estavam reunidos, e o notável futuro pelo qual deveriam orar e trabalhar.
Tudo o que disse estava solidamente baseado nas Escrituras. Ele não estava simplesmente proferindo empolgadamente pensamentos positivos ou sonhos pessoais. Antes, ele pregou razões bíblicas para multiplicar os pequenos grupos que alcancem os perdidos para Jesus.
A maioria das igrejas é menor e está em países que não experimentam o mesmo avivamento que no Brasil. Numa situação em que a igreja é menor e o solo é mais duro, o pastor titular deve encorajar os membros e os líderes de célula a seguir em frente e crer que Deus fará milagres. A tendência em situações difíceis como essa é a de expressar dúvida e frustração. Líderes visionários, por outro lado, firmam-se nas promessas de Deus e as declaram às pessoas.

 Pr. Joel Comiskey

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

EM BUSCA DE SEUS DISCÍPULOS

Texto Bíblico: João 21

Jesus escolhe seus discípulos e convive com eles por 3 anos e meio. Revela-se como o messias, o prometido de Deus, ensina-lhes acerca do reino de Deus. Muitas vezes os advertiu que era necessário sacrificar-se, morrer e ressuscitar logo em seguida. Assim o mestre completaria sua missão. Mas quando Jesus é capturado, julgado, espancado, crucificado e morto, todos se dispersam. Se espalham por lugares diferentes com projetos de vidas diferentes.
O grupo de discípulos desse texto decide pescar. Agora a comunidade chamada igreja que Jesus iniciou com eles estava desfeita (pelo menos na cabeça deles). A comunhão desintegrou-se.
Perder o convívio da comunhão com os demais discípulos (igreja) é algo comum de acontecer até hoje. Por diversas razões, nos vemos longe da igreja. Era o caso dos discípulos nesse texto. Jesus busca seus discípulos, onde quer que estejam, independente do que estejam fazendo.
As vezes uma frustração, distração, decepção com outros crentes, cansaço ou mesmo o desânimo que pode se abater sobre nós, e quando nos vemos, perdemos os laços e prazer de ser e pertencer a comunidade. Ilustrando ao caso do texto, ousamos conjecturar: Parece que Jesus ausentou-se da igreja desse nosso tempo.
O que temos de pensar é o seguinte: Será que o Senhor abriria mão de nós tão facilmente? Deixaria que seus amados escolhidos permanecessem longe do corpo?

Um membro longe do corpo necrosa e morre.

O Jesus ressurreto em Sua grande sabedoria, escolheu e aproveitou o momento em que esses 7 discípulos estavam juntos (v.2) para restaurar-lhes a fé e falar-lhes ao coração. Percebemos no texto que sem a direção de Jesus e afastados da comunhão do corpo eles pareciam estar num barco que não levava à lugar nenhum. (v.3). Confiar em suas próprias habilidades não trazia os resultados positivos que esperavam. Pescaria fracassada e muita frustração. Mas Jesus estava ali, próximos a eles, com uma intenção específica: Trazê-los de volta para o caminho.
E como o Senhor faz isso? Deu uma grande bronca neles? Passou um sermão? Apontando o dedo e questionando o que eles faziam ali, ou por que dispersaram? Não!! O mestre usou um recurso cada vez mais escasso hoje em dia: Amor! Jesus manifestou Sua presença bondosa no meio deles (v.1). Ele decidiu revelar-se aos seus amados, ensinar-lhes que jamais os abandonaria, mesmo que eles o abandonasse.
Jesus poderia ter jogado na cara deles: - Vocês não poderiam voltar à pesca, porque Eu os fiz pescadores de homens e vocês largaram as redes para me seguir, lembram? (Mc.1.17). O mestre compreendia a necessidade de cada um levar o sustento para casa, afinal, tudo parecia tão perdido...Mas isso apenas agravaria ainda mais suas dores.
Igreja não é local para se imputar feridas nos outros.

Brennan Manning escreveu
“A igreja institucional tornou-se alguém que inflige feridas nos que curam, em vez de ser alguém que cura os feridos”.

 O Senhor então participa do cuidado material deles, indicando onde deveriam lançar as redes (v.6). Eles precisavam de direção espiritual, e nós também.
Pacientemente o Senhor se deu a conhecer a eles (v.7). Como? Por suas palavras e sua generosidade. A memória deles foi ativada a lembrarem da primeira vez que o viram, foi em situação semelhante (Lc.5.4..).
Alguém (João) identifica o estranho como sendo o Senhor, isso gerou um rebuliço geral e todos se apressam em chegar logo à praia (a fé e a esperança volta a encher seus corações).Inclusive Pedro, que pescava nu, veste-se rapidamente e mergulha apressadamente ao mar para revê-lo, seria um reencontro restaurador, principalmente para Pedro. Na praia peixes assados na brasa e pão em quantidade (v.9). O que isso representava? Um convite à comunhão , chamado a continuidade, a intimidade e ao relacionamento. O cenário acendia as lembranças de que tudo continuava como sempre. O verso 12 nos convida: “Vinde, comei”. Essas palavras são conhecidas: A ceia remonta esse cenário.
Pães e peixes também fazem lembrar do milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, onde um garotinho contribuiu para a multidão se alimentar.
Jesus queria reacender a fé em seus corações e usou os símbolos e elementos que eles já conheciam.
Não precisamos de nada novo em nossa formação espiritual, mas sim voltar as raízes antigas das escrituras.
Jesus estava lhes passando uma mensagem: “Tudo está como antes, inclusive Eu”. Nada mudou. Quanto a minha presença e o meu amor por vocês. Ainda que vocês desanimem, fracassem, errem, se dispersem, Eu os amarei incondicionalmente.

“Não há nada que façamos de tão bom para que Deus nos ame mais; nem algo de tão ruim para que nos ame menos”.

Jesus tem um papo mais estreito com Pedro, que o havia negado. Deu-lhe a chance de consertar as coisas e provar o seu amor.
Em momento algum questionou ou lembrou a negação de Pedro, não cobrou os erros do passado. Não fez acusações, não o criticou.

Mas decide perguntar: “Você me ama?” (v.15, 16,17) Ágape. Mas Pedro não conseguia amá-lo como era amado, então sempre responde: Phileo, carinho, ternura. Jesus é paciente e sabe que o amor de Pedro por Ele crescerá e arderá mais na frente. Aceita-o mesmo não sabendo amá-lo plenamente. Não conseguimos amar ao Senhor como Ele merece! 
Jesus usa mais uma expressão forte com Pedro que nos diz respeito hoje como discípulos:

3 Verbos do discípulo em restauração

a) Vinde (v.12) (comunhão com pão e peixes)e, também um convite ao descanso, já que estavam exaustos de uma pescaria fracassada, suprir o físico. Vinde também insinua a restauração emocional e espiritual, confirmando que o mestre está vivo. Reacendendo a fé.

b)Apascenta (v.15,16) (cuida dos outros em meu nome); Pastoreie as ovelhas perdidas e gente sofrida, assista aos necessitados, evangelize, discipule, pregue, treine, dedique-se as pessoas.

Ele conclui com c) segue-me (v.19 e 22). Venha comigo, abra mão de seus projetos pessoais e de suas habilidades. Perca sua vontade própria e Me obedeça. Passe pelo que eu passei e ande em intimidade comigo, venha atrás de mim. Faça o que eu faço!
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Concluindo
Assim também nós, discípulos modernos do Senhor e, podemos nos encontrar desconectados do seu corpo (igreja).  Famosos como Pedro e Natanael ou anônimos como os dois que não tem seus nomes revelados.
Nossa natureza nos empurra para o afastamento e isolamento.
E mesmo advertidos de que conviver com outros não é tão simples, mas nem por isso deveríamos nos dispersar, nós cedemos..
Tendemos a nos espalhar e vivermos individualmente nossas vidas sem ajuda ou interferência uns dos outros. Decidimos então fazer do nosso jeito a pescaria, confiando apenas em nossas habilidades e capacidades naturais.

Cansamos também fisicamente, nosso emocional se desgasta, ou talvez uma frustração e decepção vão nos empurrando à vida de isolamento. No fundo ninguém mais agüenta ‘religiosidade’, farisaísmo e rituais. Todos, na verdade buscamos e precisamos de espiritualidade. Queremos, precisamos e podemos ser nós mesmos. Ansiamos por retirar as máscaras e desfazer os tipos! Um Grito está preso dentro de nossa alma: Liberdade!!
E quando pensamos que ninguém mais se preocupa com a gente, até o próprio Deus, eis que Ele se manifesta. E apesar das pessoas nos descartarem tão facilmente; Ele não. Pagou um preço muito caro para abrir mão da gente.
Ele nos escolheu para formarmos o seu corpo vivo na terra, então vai se revelando a um, que vai avisando aos outros. Vai se dando a conhecer à nós, que carecemos de comunhão autêntica e relacionamentos.
Sem a direção d’Ele a vida parece ser um constante prejuízo (não pegamos nada).E sem crítica ou acusação, Jesus decide mostrar-nos o caminho de volta, o Seu caminho . Ele quer assumir novamente a direção de sua vida. Só se você deixar, é claro! Seria um recomeço. Vencer e curar o passado de decepção e dor e se reinventar no Senhor para seguir na caminhada da fé. Deus nos renova o convite: “Venham e comam”. Partilhem meu peixe e a mim, que sou o pão entre vocês.
Vocês precisam uns dos outros. Começo a Restaurá-los porque muitas de minhas ovelhas estão aflitas e feridas sem pastor e sem rebanho. Vocês podem formar um rebanho e apascentá-las. Ainda tenho muita gente nessa cidade.Finalmente nos convoca: Sigam-me.
Pedro e os outros 10 apóstolos voltaram a se reunir como Igreja, conforme orientação do Senhor:
“E enquanto participavam de uma refeição com eles, ordenou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai.
Subiram ao cenáculo, onde estavam Pedro e João, Tiago e André, Felipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus; Tiago filho de Alfeu, Simão, o zelote , e Judas, filho de Tiago.
E unidos, todos se dedicavam a oração...“ (Atos 1.4,13,14)

 Encheram-se do Espírito Santo (Atos 2) e revolucionaram o mundo como Igreja.
Deus fez isso com pessoas que antes estavam dispersas e desanimadas.

No amor de Jesus
Pr. Silvio Duque

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Como a Mão de Deus pode ser vista na Vida do Líder

Jó declarou certa vez que “a mão de Deus o formara”... indicando que as ações divinas agiam nele desde a formação genética, bem antes de nascer. E ao longo de sua experiência de aflição e agonia Jó ensinou que a metáfora da ‘mão de Deus’ era sinal de Sua presença e e Suas ações a seu favor.
Nenhum de nós abriria mão da presença ativa de Deus e sua bondade; no entanto, a mão de Deus não é como a mão do homem, e por isso muitos se frustram, se decepcionam. 
Neemias foi um líder sensível que gostava de reconhecer o agir do Senhor em sua vida, compreendendo também a direção que Deus dava à sua jornada. E o termo que gostava de usar era: “Porque a boa mão do meu Deus era comigo” (2.8 e 18). Quais eram as evidências ou ocasiões em que Neemias e todo líder pode identificar a mão de Deus em sua vida? Como a mão de Deus pode ser percebida na vida de um líder espiritual?

A mão de Deus é percebida na vida do líder inconformado com a desgraça na vida as pessoas.
Sair da zona de conforto, deixar um cargo de confiança do governo da assíria, abrir mão de tranqüilidade material para pensar em pessoas sofridas e abandonadas em Jerusalém, chorar e orar por essas pessoas, jejuar e confessar por elas, é ação do Espírito de Deus na vida de um líder. Diferente do filho pródigo, que deixou uma vida de miséria por uma de fartura na casa do pai; Neemias trocou a fartura do palácio de Artaxerxes para estar nos escombros de Jerusalém.
A presença acentuada do Espírito nos faz rever valores, empreender planejamento e ações concretas para beneficiar os outros. Encarar uma jornada cheia de incertezas e desafios, pondo a própria vida em risco, só mesmo pela mão de Deus.    
Vejo a mão de Deus na vida dos missionários morávios, que se venderam como escravos para evangelizar os trabalhadores de um fazendeiro pagão.

A mão de Deus é encontrada quando os líderes se apóiam mutuamente
Neemias temia não obter apoio do rei para o seu projeto de ir à Jerusalém restaurar tanto os muros quanto a vida de seu povo. Mas suas orações pedindo quebrantamento para o coração do rei funcionou e Neemias diz que viu a mão de Deus no apoio que recebeu de Artaxerxes. Apoio de várias maneiras, cartas para transitar livremente na região, retirada de material para construção de sua casa e do templo, mantimento para os homens que estavam com ele, proteção dos salteadores através de oficiais e soldados.
Percebemos também o vazio e o afastamento de Deus quando seus líderes não se apóiam mutuamente nem cooperam uns com os outros quando os projetos tratam de beneficiar pessoas, restaurando-as da opressão e do caos. Hoje temos muitos líderes insensíveis e indispostos a apoiar outros, pois estão mais focados em si mesmos, míopes em relação ao reino, enxergando apenas seus umbigos e interesses pessoais.
A presença de Deus é percebida no líder, ou em líderes que apóiam projetos que restaurem a dignidade e a espiritualidade das pessoas, mesmo que sejam de outras religiões, igrejas ou denominações.

A mão de Deus é revelada nas palavras de motivação.
Dedicar-se na obra de Deus é privilegio, certamente; mas também é um desafio cheio de obstáculos. Ir em direção àquilo que Neemias ia não era para qualquer um, não seria fácil pois o desânimo facilmente poderia tomar conta de seu coração. Sem falar nos inimigos que já o aguardavam em Jerusalém: Sambalate e companhia. O diabo de manifestaria para levar ao líder o medo, o cansaço e a desmotivação.
Neemias percebeu a mão de Deus nas palavras de motivação de outro líder.  O rei lhe falou favoravelmente, o animou com palavras de valorização pessoal. Como precisamos de motivadores hoje, pessoas com palavras que nos ponham para cima, que nos incentivem, que reconheçam nossas qualidades e virtudes e que digam isso para nós.
Deus foi pioneiro em motivar seus servos ao longo de toda a história: Quando Moisés buscava desculpas, o Senhor o motivou – quando o medroso Gideão se auto depreciava Deus o chamou de homem valoroso – Após Pedro tê-lo negado mandou que apascentassem seus rebanhos. E tantos outros na Bíblia foram motivados e encorajados pelo próprio Deus.
Deus está presente na vida de pessoas que levantam as outras, que as encorajam e as fortalecem diante de seus desafios e missões.

A mão de Deus é percebida do pouco para o muito; e não do muito para o pouco.
Um homem na presença de Deus pode facilmente entender que é maioria tendo o Senhor à frente. Neemias tinha um desafio enorme nos ombros e não tinha centenas de pessoas ao seu lado quando tudo começou. No capítulo 2.12 consegue ver a mão de Deus a seu lado mesmo com poucas pessoas com ele. Para muitos, Deus só está no negócio quando se consegue adesões da maioria, ou então quando a assembléia decide. Nem sempre o que uma assembléia decide é a vontade de Deus.
Jesus ensinou que estaria presente no meio de dois ou três. Temos a mania de querer começar grande e com muita gente, mas esquecemos que o evangelho tem valores às avessas e os poucos podem ser maioria. Não tenha medo de começar pequeno, sem grandes adesões, Deus pode revelar-se com poucos por causa de sua suficiência para nós.     

Aguardem. Trabalharemos melhor esse livro de Neemias e as manifestações da mão de Deus na vida do líder.

Silvio Duque
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